TERREMOTO

Sobe o número de mortos após terremoto no Japão

Imagens aéreas mostram a devastação de um incêndio perto de Wajima, onde um edifício de sete andares caiu

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JC

Publicado em 02/01/2024 às 13:36
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Socorristas japoneses corriam "contra o tempo" nesta terça-feira (2) para resgatar os sobreviventes do violento terremoto que sacudiu o centro do país no dia de Ano Novo, deixando 48 mortos e danos importantes.

O sismo abalou a província de Ishikawa, na península de Noto, e deixou também muitas pessoas bloqueadas. Com a luz da manhã, as autoridades constataram a extensão da destruição em Ishikawa, com edifícios ainda fumegantes, casas demolidas e barcos de pesca afundados ou arrastados para a costa.

"Foram confirmados danos muito extensos, incluindo muitas vítimas, desabamentos de prédios e incêndios", declarou a jornalistas o primeiro-ministro Fumio Kishida. "Precisamos correr contra o tempo para resgatar os afetados", acrescentou.

Imagens aéreas mostram a devastação de um incêndio perto de Wajima, onde um edifício de sete andares caiu. Quase 45.000 lares estão sem eletricidade na região, que registrou baixas temperaturas durante a noite, segundo a companhia energética.

O tremor de magnitude 7,5 sacudiu Ishikawa, localizada às margens do Mar do Japão, na ilha de Honshu, a principal do arquipélago, às 16h10 locais (4h10 no horário de Brasília), informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

STR / JIJI PRESS / AFP
Danos na cidade de Suzu, província de Ishikawa, um dia depois que um grande terremoto de magnitude 7,5 atingiu o Japão - STR / JIJI PRESS / AFP

Segundo as autoridades japonesas, a magnitude foi de 7,6. "Foi um choque muito violento", comentou à AFP Tsugumasa Mihara, de 73 anos, na fila para receber água junto com centenas de moradores de Shika. "Que maneira horrível de começar o ano", expressou.

A Agência Meteorológica Japonesa (JMA) informou que, depois do terremoto inicial, foram registradas 155 réplicas, a maioria com magnitudes superiores a 3.

Colisão de aviões em Tóquio

O terremoto causou indiretamente outro desastre no aeroporto de Tóquio-Haneda, onde cinco pessoas morreram quando um avião de passageiros colidiu com outra aeronave da Guarda Costeira que viajava para Ishikawa para entregar suprimentos às áreas afetadas pelo terremoto.

Após o terremoto, ondas de 1,2 metro foram registradas em Wajima, mas a JMA anunciou, na manhã desta terça-feira, a suspensão de todos os alertas de tsunami.

O ministro da Defesa, Minoru Kihara, informou que mil militares estão preparados para ir para a região e que outros 8.500 foram mobilizados. A autoridade de transporte fechou as rodovias nas áreas próximas do epicentro, e a Japan Railways anunciou que os trens de alta velocidade entre Tóquio e Ishikawa foram cancelados.

O governo informou que não foram detectados incidentes nas usinas nucleares do país. Os danos causados pelo terremoto afetaram principalmente as casas antigas, que costumam ser de madeira.

O porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi, reportou "seis casos" de pessoas que estavam em edifícios desabados na região de Ishikawa.

Um vídeo na rede social X exibiu casas antigas destruídas. "É o distrito Matsunami de Noto. Estamos em uma situação horrível. Por favor, ajudem-nos. Minha cidade está em uma situação horrível", lamentou uma pessoa na gravação.

Terremoto foi sentido em Tóquio

Uma equipe de bombeiros trabalhava sob um edifício comercial que desabou em Wajima, mostrou a televisão. "Não se rendam, não se rendam", gritavam enquanto avançavam entre pilhas de estacas de madeira com ajuda de uma serra elétrica.

O terremoto foi sentido em Tóquio, a 300 km de distância, onde foi cancelado um evento de Ano Novo com a presença do imperador Naruhito e sua família. Situado no chamado "Cinturão de Fogo" do Pacífico, o Japão é um dos países do mundo onde os terremotos são mais frequentes.

O arquipélago adota normas de construção rígidas, e os edifícios são projetados para resistir a fortes terremotos. Mas persiste a traumática lembrança do terrível terremoto de magnitude 9,0, seguido de um gigantesco tsunami, que deixou cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos em 2011.

Esta catástrofe incluiu o acidente nuclear de Fukushima, o pior registrado no mundo desde o de Chernobyl em 1986. O tsunami causou o derretimento de três reatores da usina nuclear japonesa.

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