GUERRA EM ISRAEL

Hamas anuncia morte de seu número 2 em bombardeio israelense no Líbano

aleh Al Arouri, exilado no Líbano há vários anos, morreu junto com seus guarda-costas

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AFP

Publicado em 02/01/2024 às 20:49
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O número dois do Hamas morreu nesta terça-feira (2) em um bombardeio israelense perto de Beirute, a capital do Líbano, anunciaram o movimento palestino e autoridades de segurança locais, mais de dois meses após o início da guerra entre Israel e o grupo islamista no poder em Gaza.

Saleh Al Arouri, exilado no Líbano há vários anos, morreu junto com seus guarda-costas em um bombardeio israelense no escritório do Hamas no sul de Beirute, reduto do movimento pró-iraniano Hezbollah, informaram dois funcionários de segurança libaneses.

Segundo a agência de notícias nacional libanesa, Ani, pelo menos seis pessoas morreram no bombardeio, realizado por um drone.

A Al-Aqsa TV, canal oficial do Hamas, confirmou que "o vice-presidente do escritório político do Hamas, xeque Saleh Al Arouri", foi morto "em um ataque sionista em Beirute".

Sua morte não deterá a "resistência", reagiu Ezzat al Rishq, membro do escritório político do Hamas, em um comunicado.

ATAQUES NO LÍBANO

Após passar cerca de 20 anos em prisões israelenses, Al Arouri foi libertado em 2010, mas com a condição de se exilar. O Exército israelense destruiu sua casa na Cisjordânia ocupada no final de outubro, segundo testemunhas.

Através de sua morte, Israel "busca arrastar o Líbano para uma nova fase de confronto", alertou o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, condenou o "assassinato" de Al Arouri e alertou sobre os "riscos e consequências que podem resultar" desse "crime perpetrado por criminosos conhecidos".

O conflito começou após um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas em Israel em 7 de outubro, que deixou 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados israelenses.

'ANIQUILAÇÃO DO HAMAS'

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva incessante no estreito território palestino. O grupo, classificado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, afirma que a operação já causou 22.185 mortes, a maioria mulheres e crianças.

Apesar das pressões da comunidade internacional por um cessar-fogo, o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, anunciou na segunda-feira que os militares se preparam para "combates prolongados" que se estenderão "ao longo deste ano".

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, concordou nesta terça-feira e disse que "a ideia de que poderíamos parar em breve está errada".

"Sem uma vitória clara, não poderemos viver no Oriente Médio", acrescentou, após visitar um contingente de soldados no estreito território palestino, onde 173 militares israelenses morreram desde o início do conflito.

MAIS COMBATES

No sul de Gaza, várias testemunhas relataram impactos de mísseis em Rafah (sul) e bombardeios perto do campo de refugiados de Jabaliya (norte).

Também foram registrados combates em Al Maghazi e Bureij e na principal cidade do sul, Khan Yunis, onde o Exército israelense concentrou suas operações.

O Crescente Vermelho palestino anunciou na rede social X que em Khan Yunis seus locais foram alvo de bombardeios israelenses. O Ministério da Saúde de Gaza disse que esses ataques deixaram quatro mortos, incluindo um recém-nascido.

Um jornalista da AFPTV viu socorristas levando os feridos para o hospital Nasser da cidade. "Estávamos nas instalações do Crescente Vermelho, somos civis evacuados de Gaza, fugimos da morte", declarou Fathi al Af, sentada ao lado de seus filhos em uma maca.

"Nos disseram para irmos para o sul, que seria seguro, mas são uns mentirosos. Nenhum lugar na Faixa de Gaza é seguro", acrescentou entre lágrimas.

Israel bombardeia quase sem parar o território palestino. A população da Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária com risco de fome. A maioria de seus hospitais está fora de serviço.

SITUAÇÃO EM GAZA

A ONU estima que 85% dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pelo conflito, e a população sofre com a escassez de alimentos, água, combustível e remédios devido ao bloqueio imposto por Israel em 9 de outubro.

Apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para pedir o envio "imediato" e "em larga escala" de ajuda humanitária a Gaza, os caminhões com suprimentos entram em conta-gotas.

Os esforços internacionais por um cessar-fogo, impulsionados, entre outros, por Egito e Catar, ainda não deram frutos. Uma trégua de uma semana permitiu a libertação no final de novembro de 100 reféns em troca de cerca de 200 prisioneiros palestinos.

Segundo o site americano Axios, que cita fontes israelenses anônimas, o Hamas propôs um novo plano de troca de reféns por prisioneiros palestinos no domingo, mas o governo israelense rejeitou a proposta.

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou em um discurso que os reféns só serão libertados sob as condições estabelecidas pelo movimento islamista.

Haniyeh, que vive no Catar, também declarou que o movimento estava "aberto" à "ideia de um governo nacional para a Cisjordânia e Gaza" após a guerra.

 

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