ENCONTRO DE LÍDERES

Em discurso no G7, Lula defende reunião com participação da Rússia

Lula cobrou ainda respeito a decisões dos órgãos de governança global ligados às Nações Unidas, como o Conselho de Segurança e a CIJ

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Estadão Conteúdo

Publicado em 14/06/2024 às 21:53
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em discurso à cúpula do G7 ontem, na Itália, que somente uma conferência internacional que inclua Rússia e Ucrânia poderá pôr fim à guerra e levar a um acordo de paz. Lula recusou o convite da Suíça para participar da Cúpula de Paz em razão da ausência do presidente russo, Vladimir Putin.

Lula defendeu mais uma vez que as cúpulas para debater a paz no Leste Europeu devem considerar a participação dos russos, como propuseram em recente comunicado conjunto os governos de Brasil e China, o principal parceiro estratégico de Moscou.

"Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar", afirmou Lula, que discursou como convidado da premiê italiana, Giorgia Meloni, anfitriã do encontro. "Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China, viabilizará a paz."

Israel e IA

O presidente Lula cobrou ainda respeito a decisões dos órgãos de governança global ligados às Nações Unidas, como o Conselho de Segurança e a Corte Internacional de Justiça (CIJ). Ele afirmou que os órgãos estão "inoperantes" e "perpetuam privilégios".

Lula criticou as ações militares de Israel nos territórios palestinos. O país é alvo de processos na Corte e de resolução no Conselho por causa da guerra contra os terroristas do Hamas. "Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança", disse Lula.

"Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça", afirmou o presidente, em relação ao apoio do Brasil à denúncia apresentada pela África do Sul.

Aos líderes do G7, Lula voltou a defender a taxação de super-ricos, citou preocupações com a defesa da democracia e usos da inteligência artificial (IA) no futuro. O presidente argumenta que a tecnologia deve ser de acesso a todos os países e deveria haver uma regulação global.

 

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