Recifense morre carbonizado durante incêndio florestal em Portugal

O brasileiro morreu ao tentar salvar equipamentos de trabalho. Carlos Eduardo, de 28 anos, era da comunidade do Coque, área central do Recife

Publicado em 18/09/2024 às 22:13 | Atualizado em 18/09/2024 às 22:28

Carlos Eduardo da Silva, de 28 anos, conhecido nas redes sociais como  Chantilly Papai, morreu tragicamente na última segunda-feira (16), durante um incêndio florestal em Albergaria-a-Velha, Portugal.

Natural da comunidade do Coque, área central do Recife, Carlos Eduardo tentava proteger equipamentos da empresa onde trabalhava quando foi surpreendido pelo avanço das chamas, não conseguindo escapar. O pernambucano estava em Portugal desde 2018.

A tragédia ocorreu em meio a um incêndio florestal no distrito de Aveiro, Portugal, onde Carlos estava trabalhando. Diversos incêndios florestais estão se espalhando pelo país.

Ele era funcionário em uma empresa de extração florestal. Além da esposa, que é portuguesa, o brasileiro deixa uma filha com menos de um ano, do primeiro casamento. 

Carlos teria recebido ordens para entrar no local

Em entrevista à Tv Jornal, a irmã de Carlos, Maria Eduarda Neves relatou como tudo teria ocorrido. Segundo ela, o irmão teria seguido ordens de ir buscar os maquinários em meio ao incêndio. "Ele não conseguiu retirar os equipamentos porque era novato e não conhecia a área, mas mesmo assim o patrão mandou ele ir", disse. 

Antes do incidente, o operário registrou o incêndio e compartilhou com a esposa via a rede social  WhatsApp. "Eu fiquei me perguntando: porque o patrão fez isso se ele era novato?", destaca a irmã.

 

Cortesia/Família de Carlos Eduardo
Imagem: momento antes de entrar em meios á chamas, Carlos fez fotos e vídeos do local, que estava com bastante fumaça. - Cortesia/Família de Carlos Eduardo

Translado do corpo para o Brasil e apoio da empresa portuguesa

A esposa, Juliana Martins, disse, também em entrevista exclusiva à Tv Jornal, que está enfrentando dificuldade para realizar o translado do corpo para o Brasil. Segundo ela, até o momento, a empresa que Carlos que trabalhava não está prestando o apoio necessário após o acidente, que ocorreu durante o período de trabalho.

Segundo Juliana, a empres negou o seguro de vida do trabalhador, alegando que a morte teria sido uma fatalidade. "Como pode ser uma fatalidade se ele estava trabalhando?", questiona a esposa do recifense.

Segundo a irmã do rapaz, os planos de Carlos eram de levar a família para a Europa no fim do ano, buscando melhorar a qualidade de vida de todos e garantir a convivência familiar novamente.

Itamaraty se posicionou sobre o caso

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) lamentou a morte do brasileiro: "O governo brasileiro expressa profundo pesar pelos mortos e feridos e pelas perdas materiais decorrentes dos incêndios florestais que atingem Portugal. Registra com grande tristeza o falecimento de vítima brasileira de acidente relacionado aos incêndios que assolam o país europeu", diz a nota.

Segundo reportagem da Tv Jornal, o Ministério ainda afirmou que o Governo Brasileiro está monitorando a situação por meio dos consulados do Brasil em Portugal, a fim de prestar assistência cabível aos afetados pelos incêndios.

 

Tags

Autor