Mark Rutte assume a liderança da Otan destaca a Ucrânia como uma de suas prioridades
Rutte substitui Stoltenberg na Otan e foca em fortalecer a aliança transatlântica, expandir laços com a UE e manter o compromisso dos aliados
Mark Rutte, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos e agora secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), inicia sua nova função em um momento crítico para a aliança.
Com a guerra na Ucrânia ainda em andamento e incertezas sobre o futuro das relações transatlânticas, Rutte promete intensificar o apoio à Ucrânia e manter a Otan preparada para os desafios futuros.
Em sua posse, Rutte ressaltou a importância de uma Ucrânia forte e independente, destacando que a segurança europeia depende disso.
Mark Rutte foi formalmente escolhido em 26 de junho de 2024 como secretário-geral da Otan.
Sua nomeação tornou-se praticamente uma formalidade após a desistência de seu único rival, o presidente romeno Klaus Iohannis.
A decisão foi tomada em uma reunião na sede da Otan, em Bruxelas, com o apoio unânime dos 32 embaixadores dos países membros da aliança.
Rutte assume o cargo de Jens Stoltenberg, da Noruega, que liderou a Otan por uma década.
Ao ser nomeado, o novo secretário-geral expressou sua gratidão e disse estar pronto para liderar a organização com vigor.
"A Aliança é e continuará a ser a pedra angular da nossa segurança coletiva. Liderar esta organização é uma responsabilidade que não assumo levianamente", afirmou Rutte em sua rede social X (antigo Twitter).
Apoio dos países e desafios à frente
Ao longo de sua candidatura, Rutte recebeu o apoio de países como os Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha.
O presidente norte-americano diz ter "Total confiança" de que Rutte "continuará avançando no nosso trabalho para criar uma Otan mais forte, maior e mais determinada do que nunca em sua missão de criar um mundo mais seguro".
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também parabenizou Rutte e destacou sua expectativa de "trabalhar juntos" no "firme apoio à Ucrânia".
No entanto, alguns países do Leste Europeu demonstraram reticência, defendendo que o cargo deveria ser ocupado por alguém da sua região.
Apesar dessas resistências iniciais, Rutte conseguiu unir os membros da aliança em torno de sua nomeação, especialmente por seu apoio declarado à Ucrânia.
A promessa de fortalecer o apoio à Ucrânia
Após assumir oficialmente a liderança da Otan nesta terça-feira (01), Mark Rutte reafirmou que a Ucrânia continuará sendo uma prioridade central para a aliança.
Em sua primeira coletiva de imprensa como secretário-geral, ele destacou a necessidade de intensificar o apoio à Ucrânia e aproximá-la cada vez mais da Otan.
"Vamos intensificar o nosso apoio à Ucrânia e aproximá-la cada vez mais da Otan, porque não pode haver segurança duradoura na Europa sem uma Ucrânia forte e independente", disse Rutte em Bruxelas.
Rutte também fez questão de enviar uma mensagem direta ao presidente russo, Vladimir Putin, afirmando que a Otan não cederá em seu compromisso de apoiar a Ucrânia.
"Quanto mais ajudarmos a Ucrânia, mais rápido [a guerra] terminará", declarou Rutte.
Expansão dos laços e desafios futuros
Entre as prioridades de Rutte como novo chefe da Otan, além do conflito na Ucrânia, está a manutenção da força da aliança e a expansão de seus laços com a União Europeia e outros países que compartilham interesses e valores semelhantes.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou a liderança de Rutte, destacando sua importância para a segurança euro-atlântica.
"Sua liderança será crucial para o papel da aliança na segurança Euro-Atlântica e o nosso firme apoio à Ucrânia", escreveu Von der Leyen na rede social X.
Além disso, Rutte terá a tarefa de coordenar o apoio militar dos membros da Otan à Ucrânia.
Atualmente, os países da aliança fornecem 99% das armas estrangeiras à Ucrânia, e a expectativa é de que esse papel se intensifique ainda mais.
Outro desafio imediato que Rutte enfrentará será garantir que os países membros da Otan continuem a aumentar seus gastos com defesa.
Até o momento, 23 dos 32 países da aliança atingiram a meta de investir 2% de seus respectivos PIBs em defesa.
Rutte está determinado a manter essa pressão, garantindo que a Otan esteja preparada para os desafios futuros.