Israel exige fim de 'cerimônias humilhantes' para reféns e adia libertação de presos palestinos
O Hamas libertou no sábado seis reféns israelenses como parte da sétima troca programada de reféns por prisioneiros palestinos

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (23) (noite de sábado no Brasil) que a libertação de prisioneiros palestinos durante a trégua em Gaza será adiada até que o Hamas encerre as "cerimônias humilhantes" realizadas na entrega de reféns israelenses.
Em um comunicado oficial, Netanyahu denunciou "as repetidas violações do Hamas", citando as cerimônias que, segundo ele, "desonram nossos reféns" e o "uso cínico" desses civis para propaganda.
Anteriormente, disse que "foi decidido adiar a libertação de terroristas planejada para ontem [sábado] até que a próxima libertação de reféns seja garantida sem as cerimônias humilhantes", em referência às libertações de israelenses protagonizadas e transmitidas ao vivo pelo Hamas.
Nas cerimônias coreografadas, os reféns recebem certificados em hebraico para marcar o fim de seu cativeiro antes de serem entregues a responsáveis da Cruz Vermelha, que os transferem para as forças israelenses.
ONU critica ato
Na quinta-feira, o grupo islamista palestino entregou os restos mortais de três reféns em caixões durante uma cerimônia, o que foi criticado pela ONU.
"Desfilar os corpos da maneira que vimos esta manhã é abominável e cruel, e contradiz o direito internacional", afirmou o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk.
O Hamas libertou no sábado seis reféns israelenses como parte da sétima troca programada de reféns por prisioneiros palestinos, sob a frágil primeira fase do acordo de trégua.
Em troca, Israel deveria libertar mais de 600 palestinos, mas essa etapa não foi realizada, e Netanyahu anunciou no domingo que a manteria suspensa para exigir o fim das cerimônias.
A trégua entrou em vigor em 19 de janeiro e, desde então, o Hamas já entregou 25 reféns israelenses em cerimônias nas quais milicianos mascarados levam os reféns a um palco e os forçam a saudar os habitantes de Gaza que se reúnem para assistir ao evento.