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Mozart Neves Ramos: "hora da UFPE se reinventar"

Universidade completa 74 anos nesta terça-feira (11)

JC
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Publicado em 10/08/2020 às 8:31 | Atualizado em 10/08/2020 às 8:33
REPRODUÇÃO/FACEBOOK UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Aulas presenciais foram suspensas em 16 de março devido à pandemia - FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Por Mozart Neves Ramos*

Nesta terça-feira (11) a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) completa 74 anos de existência. Uma história de vida que orgulha a todos os pernambucanos. Por ela passaram grandes referências da vida nacional. Com base nos indicadores oficiais de qualidade do ensino e da pesquisa, a UFPE é uma das principais universidades brasileiras.

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A geração de engenheiros que ingressou em 1973 na UFPE teve o privilégio de contribuir para a gestão da instituição nos últimos 24 anos. Aqui me incluo, com muito orgulho de ter sido reitor da UFPE por oito anos, nos períodos de 1996 a 1999 e de 2000 a 2003. Fui seguido pelos reitores Amaro Lins e Anísio Brasileiro, respectivamente - ambos também com oito anos de atuação à frente da reitoria. Todos deixaram marcas importantes para a construção dessa universidade, preparando-a para os imensos desafios do século XXI. E não quero aqui esquecer a contribuição valiosa dos demais reitores que nos antecederam.

Olhando apenas para esses últimos 24 anos, penso que a contribuição do meu reitorado foi marcada pela internacionalização. A UFPE foi a primeira universidade brasileira a ser avaliada por dois organismos internacionais de referência: a European University Association (EUA) e a Middle States Association (MAS), dos Estados Unidos. Isso abriu muitas janelas de oportunidade com universidades estrangeiras.

Não tenho dúvidas em afirmar que o reitor Amaro Lins realizou um sonho antigo da instituição - a interiorização da UFPE, com os campi de Vitória de Santo Antão e Caruaru. Já o reitorado de Anísio Brasileiro foi construído com o olhar na inovação, em especial no tocante às parcerias estratégicas com as empresas. Um belo exemplo foi a parceria inédita com a Petrobrás. Podemos assim dizer que os três representam a geração dos três "i" - internacionalização, interiorização e inovação.

Muitos dizem que o mundo entrou de fato no século XXI com o advento do covid-19, exatamente no primeiro ano do reitorado do professor Alfredo Gomes. Estamos vivendo um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, que costumamos chamar de um mundo Vuca - termo criado nos Estados Unidos na década de 1990, em um cenário pós-guerra fria. O desafio do reitor Alfredo Gomes e de seu vice-reitor Moacyr Araújo é gigantesco - não apenas pelos parcos recursos, pois isso nunca foi novidade para as universidades públicas, mas por este cenário que se apresenta. Acredito que ambos terão o desafio de (re)inventar a UFPE. O que vai garantir a inserção neste século XXI de instituições formadoras como a UFPE será a sua capacidade de desenvolver plenamente as pessoas. Isso significa olhar para elas de uma forma holística: suas qualidades humanas farão a diferença. E não tenho dúvidas de que a UFPE está em muito boas mãos. O reitor Alfredo Gomes tem capacidade e qualidade humana para (re)inventá-la.

* Mozart Neves Ramos é titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP - Ribeirão Preto.

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