No auge da trágica pandemia que assola o País, que já causou a morte de cerca de 320 mil pessoas de todas as idades, com a desastrosa perspectiva de atingir um número de morte cada vez mais crescente, hoje, 1º de abril, dia da mentira, felizmente pode-se afirmar uma inesperada verdade: Ernesto Araújo não é mais o nosso ministro das Relações Exteriores. Diferentemente de Afonso Arinos, Quintino Bocaiuva, Vicente Rao, Evandro Lins e Silva e outros tantos brasileiros que no exercício da relevante missão diplomática exaltaram e glorificaram as nossas relações internacionais, Araújo, como ministro das Relações Exteriores, trouxe uma série de humilhações ao nosso País, por vezes causando enormes transtornos institucionais ao Brasil e aos brasileiros. Para exemplificar tamanho desdém, basta lembrar que Araújo declarou publicamente que o nazismo foi um movimento de esquerda, quando se sabe que uma das intenções de Adolf Hitler - além de causar a morte de 6 milhões de judeus - era a de esmagar a antiga União Soviética, abolindo de uma vez o regime comunista que predominou na época da Segunda Guerra Mundial.
Com uma estrutura institucional de fazer inveja aos demais gabinetes ministeriais, o ministério da Relações Exteriores é composto pelo gabinete do ministro de Estado e pela sua Secretaria-Geral, além das secretarias de gestão administrativa, de comunicação e cultura, de assuntos de soberania nacional e cidadania, de comércio exterior e assuntos econômicos, de negociações bilaterais junto à Ásia, Pacífico e Rússia e, por fim, da secretaria de Negociações Bilaterais junto ao Oriente Médio, Europa e África. Ernesto Araújo, lado outro, comprou uma briga gratuita com a China, quando se sabe que aquele País oriental é o maior importador de produtos brasileiros, sem contar que a segunda economia do mundo é, ao lado da Índia, o País que detém a tecnologia científica em relação à vacina contra a covid-19.
O ex-chanceler chegou a denominar a vacina chinesa de "comunavírus", ao tempo em que defendeu, abertamente, que a pandemia do coronavírus era parte de um "caminho para o comunismo", assumindo uma posição ideológica desprezível e esquecendo de que o Muro de Berlim foi destruído em 1989. Em reunião oficial de governo, o ex-chanceler defendeu, abertamente, a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal, demonstrando absoluto desrespeito a um dos Poderes da República, sustentáculo da democracia.
Adeildo Nunes, juiz de Direito aposentado
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