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LULA OU BOLSONARO: Existe favorito no 2° turno?

Pesquisas presidenciais recentes mostram cenários entre Lula e Bolsonaro na disputa das eleições 2022

ADRIANO OLIVEIRA
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ADRIANO OLIVEIRA
Publicado em 03/09/2022 às 17:23
MIGUEL SCHINCARIOL / AFP E ISAC NÓBREGA/PR
Lula e Bolsonaro lideram pesquisas eleitorais nas eleições presidenciais - FOTO: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP E ISAC NÓBREGA/PR
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Chega-se ao mês de setembro com os cenários do ano passado. O ex-presidente Lula segue com chances de vencer a eleição no 1° turno (1° cenário) e o turno final será disputado entre o candidato do PT e Jair Bolsonaro.

O 3° cenário, o qual recentemente apresentei, adiamento da eleição, está enfraquecido. O 4° cenário, um candidato da 3° via versus Lula, continua remoto.

As recentes pesquisas eleitorais revelam que a eleição deste ano será a do medo. Isto não é novidade. Apresentei essa definição no ano passado.

Lula e o presidente Bolsonaro despertam paixões e ojerizas. O presidente da República para ser reeleito precisa reduzir a sua rejeição. O candidato do PT tem que evitar que a sua rejeição cresça

O aumento da rejeição do Lula não significa a redução da de Bolsonaro. Mas a diminuição ou a estabilidade da rejeição do presidente pode representar a diminuição ou a estabilidade da rejeição do petista.

A menor rejeição e a alta rejeição do presidente Bolsonaro mantêm vivas as chances de a eleição findar no 1° turno.

Um fato novo surgiu na campanha: Simone Tebet atacou o presidente Bolsonaro. Tal escolha, contudo, pode enfraquecer o atual mandatário da República e contribuir para o sucesso de Lula no 1° turno.

Todavia, sem atacar Bolsonaro, Tebet corre o risco de seguir coadjuvante na eleição. A escolha ótima de Ciro é a mesma de Tebet.

Resta ao presidente Bolsonaro atacar Lula. Associar o ex-presidente à corrupção. Essa é a estratégia ótima.

Resta, ainda, o presidente torcer para que a percepção da melhora da economia vá além dos números, isto é: seja reconhecida pelo eleitorado, em particular os das classes D e E.

Tal possibilidade é factível. Porém, ressalto que a inflação de alimentos segue alta, o Auxilio Brasil só aumentou no final do mandato de Bolsonaro, milhões de brasileiros estão inadimplentes, e a fome voltou a ser manchete.

Existem duas boas estratégias para Lula. Despertar intensamente a memória econômica positiva do seu governo e criticar a gestão da pandemia por parte do presidente Bolsonaro.

A primeira estratégia já está sendo muito bem realizada. Importante destacar também que Lula não pode titubear quando o assunto for corrupção.

Precisa reagir com serenidade e firmeza. A eleição segue no mesmo estágio do ano passado. Alerto, contudo, que a oportunidade ótima para Lula é vencer a eleição no 1° turno.

O 2° turno é uma eleição sem favoritos.

Adriano Oliveira – Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE. Fundador da Cenário Inteligência.

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