OPINIÃO

Ainda não podemos falar de superação da pandemia da covid-19

Acrescente-se agora, a chamada "varíola dos macacos," mais um mal assombrando os seres humanos deste nosso planeta. Parece estarmos condenados a esses ataques quase inexplicáveis à luz da ciência. Será?

ROBERTO PEREIRA
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ROBERTO PEREIRA
Publicado em 06/09/2022 às 0:00 | Atualizado em 06/09/2022 às 11:38
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IMUNIZAÇÃO Mutirão conseguiu ampliar a taxa de aplicação de vacinas em nove municípios, mas meta mínima de 80% segue distante - FOTO: MIVA FILHO/SES-PE
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Este século está cruelmente marcado pela epidemia da Coronavírus (Covid 19), um mal avassalador e imprevisto. Surpreendeu a humanidade, adoecendo, no mundo, na data de 18/08/22, mais de 594 milhões de pessoas, à medida que, no Brasil, superamos o contingente de 34,2 milhões, enquanto os casos de óbitos, no planeta, já atingiram mais de 6,45 milhões, cabendo ao nosso país responder por mais de 680 mil mortes, sem falar nas sequelas deixadas em milhares de outras criaturas, que ainda hoje sofrem dessas agruras.

Números estarrecedores emolduram o cenário mundial. E pior: ainda não podemos falar em superação desse mal, que não está livre de novas variantes e, nós, sempre instados à vacinação.

Acrescente-se agora, a chamada "varíola dos macacos," mais um mal assombrando os seres humanos deste nosso planeta. Parece estarmos condenados a esses ataques quase inexplicáveis à luz da ciência. Será?

Como se não bastasse, paralela e perpendicularmente, o ataque da Rússia à Ucrânia, um perigo iminente à paz mundial. Advém daí, em todos os quadrantes do universo, o desassossego. Novamente, a barbárie, a cultura bélica, sugerindo, mais do que nunca, um "saber de salvação," como nos ensina Ortega y Gasset.

Instabilidade pode ser a palavra chave das circunstâncias atuais. As grandes potências em vigília aguardando o andar da carruagem ou, atualizando, o andar dos tanques de guerra. Também com estremecimentos que põem o Planeta Terra em polvorosa. Aqui e ali, o risco de ações nucleares, lembrando Chernobil, um desastre catastrófico.

A tecnologia entra forte quando do novo normal. As videoconferências parecem estar na ordem do dia. Trabalhar em casa parecia um luxo, mas, ao contrário, é uma atividade que chegou para ficar. As grandes cidades já não são convidativas às saídas das pessoas para os escritórios. Nas horas dos picos, o tempo que se perde não compensa o quanto se ganha ficando em casa.

Comparecer ao local de trabalho serve apenas para os enlaces humanos, as motivações interpessoais. Também se presta para uma melhor sintonia quando dos planejamentos e das estratégias operacionais.

E a educação? Urge um redesenho das práticas pedagógicas. As competências precisam se adequar às novas demandas. Verdade, verdade, se as pessoas foram tomadas de surpresa diante do cenário da pandemia, quanto mais as escolas, que se ressentiam - e ainda se ressentem - dos equipamentos tecnológicos necessários à consecução de um ensino moderno e de qualidade, consonante requisito maior aos novos tempos.

Ao se falar em escola entenda-se os dirigentes, os pedagogos, os Corpos Docente e Discente, todos num mesmo contexto. E se o ensino não vinha bem, ministrado de forma defasada, agora, urge uma capacitação inerente à nova realidade, para que os educandos não fiquem aviltados diante do que o mercado estará em suprema exigência.

E, fiquemos certos: o mundo não deixará de mudar e o fará cada vez mais velozmente, mas que os novos mundos estejam num mesmo mosaico, o da humanização, de um nós cada vez mais nós e de um eu menos eu, para que esta seja a gramática da solidariedade e da paz.

Paz e justiça, um binômio saudável à humanidade, porque a vida, à Gonzaguinha, "é o sopro do Criador numa atitude repleta de amor."

Roberto Pereira, ex-secretário de Educação e Cultura de Pernambuco.

 

 

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