OPINIÃO

A eleição acabou dia 30 de outubro e ponto final

Os perdedores precisam respirar, cicatrizar as feridas da disputa, tratá-las com elixir de serenidade e recomeçar na conquista de seguidores para a próxima ronda...

OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS
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OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS
Publicado em 11/11/2022 às 12:02 | Atualizado em 11/11/2022 às 13:15
MIGUEL SCHINCARIOL/AFP
PROTESTOS Tropa de choque retira apoiadores de Jair Bolsonaro da Rodovia Castelo Branco, em São Paulo - FOTO: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP
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É irracional a insistência de algumas pessoas em manter acesa uma fogueira de divergências pessoais e políticas a queimar madeira podre e molhada que é difícil de pegar, não aquece e ainda espalha fumaça.

A eleição acabou dia 30 de outubro e ponto final.

Racionalmente alguém acredita que vai mudar o curso da história com bravatas e gritos, ao promover bloqueios de estradas violentos, espalhar estultices nos grupos de WhatsApp ou acampar diante de unidades militares?

Estamos no século 21 e as condições são distintas quando comparadas ao passado. Vira a página cara!
É preciso saber ganhar e perder com dignidade.

A disputa eleitoral foi estabelecida sob regras testadas historicamente, consentidas pelos postulantes e partidos, e fiscalizadas por um sem número de interessados.

Diferente disso é teoria da conspiração.

Os vencedores agora precisam de tempo e união para transformar os sonhos da campanha em ações concretas.

É certo que faltará dinheiro para tantas benesses prometidas. As negociações políticas com o puxa daqui e encolhe dali do orçamento darão forma aos projetos dos futuros governos. Críticas devem ser bem-vindas.
Os perdedores precisam respirar, cicatrizar as feridas da disputa, tratá-las com elixir de serenidade e recomeçar na conquista de seguidores para a próxima ronda. Deixem a vaidade ao costado, ela lhes asfixia no pensar.

Ao mesmo tempo, a sociedade precisará mudar a forma de reagir ao dissenso. Eu não sou seu inimigo, apenas não concordo contigo.

As pessoas precisam escoimar o maniqueísmo doentio que estabeleceu o “nós contra eles” como combustível das relações sociais.

Apalermados, os grupos se refugiam nas suas câmaras de eco e se energizam ao colher informações desconectadas da realidade. Tomam-nas como verdade e repassam para a lista de contatos.

Largue o celular uma semana e você perceberá que nada perdeu de importante com as discussões digitais dos grupos de trabalho, futebol, família, condomínio.

Verá que aquele amigo se afastou por nada, que seu irmão carece de carinho, que seu filho bombou na escola, que seu pai está ficando velho, que você não regou a orquídea que ganhou no último aniversário.

Isso sim é importante.

Paz e bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros, general de Divisão da reserva

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