OPINIÃO

Por um estado e um país mais leitor

Nos últimos quatro desastrosos anos para cultura e educação no Brasil, militantes aparentemente silenciosos, e aí me incluo, continuaram organizados em torno do Fórum Pernambucano em Defesa das Bibliotecas, Livro, Leitura e Literatura, organização informal da sociedade civil.

DÉBORA ECHEVERRIA
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DÉBORA ECHEVERRIA
Publicado em 24/01/2023 às 0:00 | Atualizado em 24/01/2023 às 6:45
Canal do ensino
O cenário político nacional aponta para avanços nas políticas voltadas para a cadeia do livro - FOTO: Canal do ensino

2023 inicia com esperança de avanços nas políticas públicas no Brasil. Especialmente no campo em que atuo - à frente de uma editora, na gerência da Rede de Bibliotecas pela Paz, da Prefeitura do Recife, e na militância em defesa do acesso ao livro e às bibliotecas - os avanços parecem promissores. Primeiramente, pela recriaçao, no atual governo federal, do Ministério da Cultura e pela criação da Secretaria Executiva de Formação, Livro e Leitura, no âmbito deste Ministério. A nova secretaria tem como principal missão a democratização do acesso ao livro, à leitura e a literatura.

O cenário político nacional aponta para avanços nas políticas voltadas para a cadeia do livro e para a formação de mediadores de leitura, consequentemente, de leitores.

Neste momento de mudança da gestão estadual, é importante registrar os avanços que temos alcançado, e acreditamos serem importantes seguirem avançando em Pernambuco.

Quero aqui destacar a atuação da Companhia Editora de Pernambuco - CEPE, sob a gestão do jornalista Ricardo Leitão que, com sensibilidade e visão estratégica, conduziu a Companhia com base na compreensão de que a produção escrita, ficcional ou não ficcional, é patrimônio cultural e que, assim como acontece com outras linguagens, nem sempre encontrará no mercado ambiente favorável para sua realização. Além do apoio à produção literária e registro da produção cultural, a CEPE realizou feiras literárias do litoral ao Sertão. Entre outras importantes ações, patrocinou, por quatro edições, o Seminário Biblioteca nas Escolas, ação de formação em mediação de leitura dos profissionais de biblioteca de escolas públicas - espaços por excelência de formação de leitores.

Outro avanço em Pernambuco foi a construção do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas - PELLLB, aprovado pela ALEPE em 2020, do qual tive a honra de participar de seu grupo de trabalho, eleita para compor representação da sociedade civil. O plano tem como eixos: 1) Democratização do acesso ao livro, à leitura e às bibliotecas; 2) Formação e capacitação profissional; 3) Desenvolvimento da economia do livro; 4) Valorização da literatura; e 5) Gestão, cogestão e transparência.

Nos últimos quatro desastrosos anos para cultura e educação no Brasil, militantes aparentemente silenciosos, e aí me incluo, continuaram organizados em torno do Fórum Pernambucano em Defesa das Bibliotecas, Livro, Leitura e Literatura, organização informal da sociedade civil. Com um plano estadual e com uma secretaria ministerial voltada para às políticas públicas do livro, reforçamos o convite a juntarem-se a nós aqueles atores e setores da sociedade que estão envolvidos com educação, cultura, literatura e afins. Elaborar propostas e colocar em prática o que está previsto no plano estadual, construído de maneira coletiva e democrática, é um desafio que ganha ânimo na nova conjuntura do país.

Para que o PELLLB tenha êxito e a CEPE continue sua importante missão no nosso estado, acreditamos contar com a sensibilidade da nova gestão. Somaremos forças com aqueles que acreditam na construção de um estado e de um país leitor.

Deborah Echeverria, editora da Editora Cubzac e gerente da Rede de Bibliotecas pela Paz.

 

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