Escola sem celulares: um passo para proteger nossas crianças
Família e escola podem construir um futuro onde nossas crianças e adolescentes mais felizes, saudáveis e livres da pressão do mundo virtual.

O ano de 2025 começou com essa novidade: no dia 13/01/25, segunda-feira, foi sancionado o tão aguardado Projeto de Lei que proíbe o uso de celulares e aparelhos eletrônicos nas escolas. A mudança é clara: proibição total até o 5º ano e uso restrito, apenas para fins didáticos, do 6º ano ao Ensino Médio.
Mas por que isso é tão importante?
Se voltarmos a 2007, o mundo mudou drasticamente com a chegada dos smartphones.
As crianças nascidas no final da década de 1990 foram a primeira geração a crescer em um universo dominado pelo virtual. Antes do ano 2000, não enfrentávamos a epidemia de ansiedade e depressão que hoje atinge nossos adolescentes. Na década de 2010, tudo mudou.
Hoje, ansiedade e depressão têm devastado nossos jovens. As redes sociais, segundo estudos científicos, são uma das ferramentas mais poderosas já criadas para gerar conformidade. Elas conseguem, em poucas horas, moldar a maneira como um adolescente pensa, sente e enxerga o mundo. Enquanto isso, pais e famílias lutam para acompanhar essa influência avassaladora.
Identidade, individualidade e emoções — tudo muda quando se desenvolve mais no ambiente virtual do que na vida real.
Estamos criando jovens com mentes e corações sobrecarregados, e é hora de agir.
O professor doutor, autor do best-seller A Geração Ansiosa, aponta o caminho para uma infância e adolescência mais saudável na era digital:
Nada de smartphones antes do 9º ano escolar.
Nada de redes sociais antes dos 16 anos.
Mais brincadeiras livres e incentivo à independência na infância.
E, claro, nada de celulares nas escolas. Algo que já conquistamos.
Agora é com a gente. As próximas mudanças dependem das famílias. Projetos, limites, leis — tudo isso está ao nosso alcance para proteger nossos filhos. É difícil, sim. Impossível, nunca!
Família e escola podem construir um futuro onde nossas crianças e adolescentes sejam mais felizes, participativos, saudáveis e livres da pressão constante do mundo virtual.
Christiana Cruz, Mestra em Educação e diretora do Colégio Madre de Deus