Tão importante quanto a campanha pelo comparecimento da população acima de 70 anos às urnas, convocando a experiência de cidadãos vividos, acostumados aos reveses e promessas da política brasileira, é fazer um chamado aos mais jovens eleitores.
Aqueles indivíduos com 16 ou 18 anos, na perspectiva do primeiro voto para a presidência da República e o governo dos estados onde moram, devem ser sensibilizados para a importância da essência do processo democrático.
Que não se disfarce os desvios e deturpações da política, nem a repugnância que muitos representantes do povo, em cargos no Executivo e no Legislativo, podem ter provocado em gerações seguidas – inclusive os pais e avós do eleitorado iniciante.
Mas é justamente por isso, para a melhoria da qualidade das lideranças no poder, que o voto de todos é requisitado – especialmente o voto da juventude.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral no primeiro semestre revelaram um quadro animador, no engajamento dos adolescentes de até 18 anos para se credenciar às eleições de 2022.
Nos quatro primeiros meses do ano, foram mais de 2 milhões de novos eleitores, quase 50% a mais do que no mesmo período em 2018, e 57% superior ao registrado em 2014. Em março, o TSE patrocinou campanha intensiva de cadastramento, na Semana do Jovem Eleitor, e os números exprimem os bons
resultados.
Entre abril e março, o contingente de jovens dessa faixa etária que adquiriram o título de eleitor foi quase o dobro – de 522 mil em março para 991 mil em abril.
A participação em resposta à campanha da Justiça Eleitoral foi complementada com uma enquete do Unicef, em abril, segundo a qual 90% dos adolescentes acredita no poder do voto para transformar a realidade.
O primeiro voto é apenas o primeiro passo no exercício contínuo da cidadania. Votar é um dever no Brasil, para quem tem acima de 18 anos.
E facultativo para os de 16 a 18. Em ambos os casos, o que se espera da juventude é mais do que o cumprimento do direito cívico, em alguns casos, para dar satisfação aos pais ou ao grupo de amigos.
O voto deve refletir a compreensão individual de que tudo que está acontecendo diz respeito, também, às escolhas que fazemos – e o que virá nos próximos quatros anos, a até em décadas, pode ser consequência das escolhas de cada um, em 2 de outubro.
Você que tem 16 ou 18 anos, ou até um pouco mais, e não se empolga com os discursos, nem com as propostas, nem tem paciência para os debates, imagine o que deseja para o seu futuro, e para o futuro do lugar onde vive sua família, daqui a 10, 20 ou 30 anos.
Pense bem. O voto não é desimportante como você pode imaginar. E sua atitude pode, sim, significar a mudança que o primeiro voto já é capaz de promover. Não minimize o valor de uma eleição, por mais que os candidatos e candidatos não lhe empolguem.
E não vá na onda de optar pelo menos pior: escolha sempre o que achar melhor, porque se orgulhar do voto dado é algo de que você gostará de se lembrar depois.
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