Editorial

Educação plena abrange abertura de horizontes e condições de exercício da cidadania

Na Educação, o aprendizado escolar curricular é apenas uma parte da formação que deve ser oferecida à população. Especialmente à parcela da população cujos filhos e netos integram a rede pública de ensino

JC
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Publicado em 12/09/2022 às 23:34
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Educação deve estar em sintonia com parâmetros que tratam o processo educativo como um direito não apenas formal, mas prático, capaz de catalisar oportunidades para o indivíduo e contribuir para o desenvolvimento coletivo - FOTO: DIVULGAÇÃO
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O aprendizado escolar curricular é apenas uma parte da formação que deve ser oferecida à população. Especialmente à parcela da população cujos filhos e netos integram a rede pública de ensino. A compreensão de que a educação plena abrange uma formação mais ampla, voltada para a abertura de horizontes e condições de exercício da cidadania, está em sintonia com parâmetros que tratam o processo educativo como um direito não apenas formal, mas prático, capaz de catalisar oportunidades para o indivíduo e contribuir para o desenvolvimento coletivo.

Neste sentido, a iniciativa do curso Imagem Cidadã, pelo Centro de Pesquisas e Estudos Josué de Castro, em parceria com o Movimento Pró-Criança e o Centro Comunitário da Paz (Compaz) Dom Hélder Câmara, representa um passo para a adoção da visão educativa que busca a inclusão dos estudantes na cidadania. Durante sete semanas, 120 alunos do ensino médio da rede estadual de escolas no Recife irão receber aulas gratuitas de cinema, quadrinhos, fotografia, poesia performática, montagem, expografia e artes plásticas - e ainda poderão expor seus trabalhos, ao final do curso, no Compaz.

Para o coordenador do curso, o cineasta Camilo Soares, além de ferramenta de compreensão da identidade e de expressão, a imagem se vincula ao exercício da cidadania, "não como algo onírico e desgarrado da realidade, mas aplicada no cotidiano". A aplicação se relaciona a habilidades requeridas pela economia criativa, ligadas à produção artística e, também, por extensão, à identidade coletiva. Espera-se que as aulas propaguem o entendimento do cineasta: "É muito importante que todos, sobretudo a juventude, tenham visão mais crítica sobre como ler as imagens e produzir as suas próprias para expressar a vida, o cotidiano, a cidade e a si mesmos".

Destinado a jovens de 14 a 20 anos, o curso é financiado pelo Ministério do Turismo. Trata-se de bom emprego dos recursos públicos, focado na expansão do conceito educativo, agregando o conhecimento teórico e prático da arte como chave individual para a transformação coletiva. Um exemplo de destinação do orçamento federal para melhoria local da formação da juventude - entre outros que precisam deixar de ser pontuais, e se tornarem comuns, através de programas continuados de investimento na cidadania através da educação.

Os melhores alunos serão escolhidos para a monitoria paga da exposição, fazendo jus a uma remuneração de R$ 500. A contrapartida financeira pelo esforço criativo serve para despertar a atenção dos jovens, de que a atividade artística encerra oportunidades concretas de inserção no mercado de trabalho. O curso Imagem Cidadã aparece como caso a ser replicado e expandido, e poderia servir de modelo para os candidatos e candidatas ao governo de Pernambuco. Afinal, buscar o envolvimento da juventude com a noção de que educação é cidadania, há de ser um propósito essencial para o resgate dos pernambucanos à trilha do desenvolvimento.

 

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