OPINIÃO

Recursos para o Procape fortalecem o SUS no Recife

O convênio de R$ 16 milhões foi assinado pelo ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, para ampliação e melhoria dos serviços prestados pelo Pronto-Socorro Cardiológico Universitário Professor Luiz Tavares

JC
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Publicado em 06/12/2022 às 23:22
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Fachada do PROCAPE, bairro de Santo Amaro - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
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A gestão da saúde é um dos principais problemas no Brasil, com diversas demandas em aberto e estrutura precária, mesmo nos grandes hospitais públicos, para o atendimento digno à população. Por isso, todo investimento é bem-vindo. Ainda mais quando se destina a um centro de excelência reconhecida, como o Procape, no Recife.

O convênio de R$ 16 milhões foi assinado pelo ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, para ampliação e melhoria dos serviços prestados pelo Pronto-Socorro Cardiológico Universitário Professor Luiz Tavares, localizado no bairro de Santo Amaro.

Com os recursos, será possível adquirir equipamentos de tomografia e hemodinâmica, além da implantação da ressonância magnética. O hospital é interligado ao Sistema Único de Saúde (SUS), sendo bastante procurado por pacientes de todo o estado, e até de outras partes do Nordeste, como referência em cardiologia. Em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE), o convênio deve beneficiar cerca de 4 milhões de pessoas. Gente que não dispõe de condições para arcar com planos e exames privados, e recorre à rede do SUS para a realização dos procedimentos. Neste sentido, o investimento federal no Procape significa, também, fortalecer o SUS, melhorando a capacidade de atendimento cardiológico no Recife.

Inaugurado em 2006, o Procape ganhou dimensão nacional em junho passado, pelo primeiro transplante de coração feito no hospital. Depois de mais de quatro anos no processo de credenciamento, e quase um dia inteiro de procedimento, o transplante foi um sucesso que contou com a dedicação e o empenho de uma equipe multidisciplinar. Assim o Procape se tornou a terceira instituição a realizar o transplante de coração na capital pernambucana – as outras são o Imip e o Real Hospital Português. Mais uma opção para a maioria da população, que se fez possível graças à qualidade alcançada pelo Procape, que chega a dar conta de 80% da demanda por serviços cardiovasculares em Pernambuco.

A estrutura existente foi disponibilizada e adaptada, durante a pandemia, para receber pacientes cardíacos com Covid, conferindo maior atenção aos infectados com essa comorbidade, especialmente em casos de internação nas unidades de terapia intensiva. Os cardíacos formaram um dos grupos de risco para complicações e morte em decorrência da Covid. A participação do Procape representou importante contribuição, nos momentos de pressão da pandemia.

Acolhendo mais de mil pacientes por dia, e realizando 1.500 cirurgias por ano, o Procape merece não apenas o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, mas o aporte de recursos financeiros que garantam a qualidade dos procedimentos para a população. A destinação do investimento do governo federal, através do Ministério da Saúde, traduz ao mesmo tempo o reconhecimento e a necessidade de modernização. Os gargalos do SUS são muitos e causam grande sofrimento aos brasileiros, devendo ser prioridade, para todos os níveis de governo. Mas o que funciona precisa ser valorizado.

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