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Falta de transparência na divulgação de novos casos e mortes gera onda de apreensão sobre a Covid na China

JC
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JC
Publicado em 22/12/2022 às 20:45

Depois de levantar as barreiras sanitárias, sociais e econômicas que caracterizavam a política radical conhecida como Covid zero, a maior nação do planeta pode estar passando por um momento dramático da pandemia. O tamanho gigantesco da população chinesa faz com que qualquer proporção de pessoas não imunizadas represente um risco enorme de contágio, casos graves e mortes. E ainda, a maior circulação do coronavírus na China apresenta o potencial de desenvolvimento de novas variantes, pondo o mundo inteiro em alerta - de novo.

Os impactos financeiros e psicológicos das severas restrições impostas pelo governo autoritário de Pequim foram levados em conta para o abrandamento das medidas contra a Covid, após protestos em diversas cidades. Agora o problema é a disseminação de infectados. Enquanto os dirigentes continuam negando a ampliação dos números, crescem os relatos de funerárias lotadas e pilhas de cadáveres da pandemia. Sem a confirmação oficial da gravidade da situação, e com a redução dos testes em massa que eram efetuados como parte da política de controle, líderes internacionais e a comunidade científica começam a olhar para o que acontece por trás da barreira de informação, buscando indícios do que se passa e do que pode estar por vir.

Em Xangai, o clima é de expectativa para um tsunami de contaminações nas próximas semanas, devido ao cenário chinês. A previsão de um hospital local é que até metade dos 25 milhões de habitantes da cidade venha a contrair a doença em poucos dias. Parcela expressiva da população já está doente, e o vazio nas ruas lembra os dois meses de lockdown adotado no meio deste ano. A realidade em Xangai é vista como uma pequena mostra do que pode estar se dando entre os chineses, em escala muito maior, diante de um universo de 1,4 bilhão de indivíduos.

Empresa de pesquisa com sede em Londres divulgou análise alarmante sobre o atual surto de Covid na China - e no que pode se transformar. De acordo com a Airfinity, a quantidade de casos por dia no país pode chegar a 3,7 milhões em janeiro, e 4,2 milhões em março. Até agora, o maior número de casos diários se verificou nos Estados Unidos, em janeiro deste ano, na esteira da variante ômicron: 1,4 milhão de infecções pelo coronavírus registradas oficialmente.

Com o mundo realizando menos testagens em decorrência do avanço da proteção das vacinas disponíveis, ainda é difícil estimar as consequências da onda de Covid na China. A Organização Mundial da Saúde deve estar atenta, cobrando das autoridades chinesas a cooperação necessária para a mobilização preventiva, diante de sinais claros de descontrole que venham a afetar o panorama internacional.

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