Economia

Para tirar o atraso e sair do empobrecimento dos últimos anos, Pernambuco terá que mostrar melhor crescimento do PIB

Projeções apontam crescimento acima de 3% para o PIB do Brasil, e abaixo de 1% para Pernambuco

JC
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Publicado em 23/12/2022 às 22:19

Pelo segundo ano consecutivo, o Produto Interno Bruto estadual pode crescer a um ritmo menor do que o nacional. Projeções apontam crescimento acima de 3% para o PIB do Brasil, e abaixo de 1% para Pernambuco. O distanciamento do cenário econômico brasileiro - que está ainda muito aquém do ideal na recuperação esperada pós pandemia - consolida o movimento decadente na conjuntura pernambucana, que acumula quedas nos últimos anos, perdendo competitividade em relação a outros estados nordestinos, e se destacando no país com altos índices de miseráveis, pobres e desempregados.

Em 2020, as consequências da Covid-19 nas atividades produtivas fizeram com que o PIB brasileiro apresentasse queda de 3,3%, eo de Pernambuco, maior revés ainda, com queda de 4,1%. Com a base achatada pelos efeitos pandêmicos, a economia nacional cresceu 5% no ano passado, enquanto Pernambuco exibiu recuperação mais tímida, de apenas 2,2%. Agora em 2022, a estimativa é que o PIB do Brasil cresça 3,1%, e o estadual não passe de 0,9%. As dificuldades parecem maiores para a economia
pernambucana encontrar o caminho da recuperação, numa rota consistente e sustentável de desenvolvimento, cuja principal meta deve ser a melhoria das condições de vida da população.

De acordo com números oficiais do governo do Estado, o crescimento acumulado de janeiro a setembro foi de 1,1%. A projeção da Agência Condepe/Fidem é que 2023 seja melhor, mas nem tanto, com o PIB de Pernambuco alcançando variação positiva de 2% a 2,5%. Patamar muito mais baixo do que o necessário para dar início a um novo ciclo de crescimento, se confirmada a projeção. O ritmo da economia irá depender da conjunção dos cenários mundial, nacional e estadual, com as primeiras respostas ao que
for implementado pelas políticas públicas de Lula, no Planalto, e Raquel Lira, no Campo das Princesas.

O Plano Retomada, da gestão Paulo Câmara, prevê a colheita de frutos em um PIB maior nos próximos anos. Mas o fato é que depois de oito anos de mandato, a situação econômica e social piorou para a maioria dos pernambucanos. O desafio para a primeira governadora do Estado será buscar a reversão da decadência, rapidamente, para a inserção da economia em outro nível de desempenho nos próximos quatro anos. Pernambuco precisa de investimentos de infraestrutura, para voltar a contar com uma
base competitiva capaz de atrair empreendimentos e gerar empregos em todas as regiões.

O desafio do salto econômico inclui o aproveitamento dos potenciais de exploração de setores estagnados, e o estímulo àqueles que despontam para o futuro, não somente do Nordeste e do Brasil, mas da civilização global em agudo dilema de sustentabilidade, face à aceleração das mudanças climáticas. A importância do crescimento do PIB aparece tanto para tirar a população do empobrecimento, quanto recuperar a posição de destaque na região. Quanto maior for o PIB, maiores as chances de inclusão para os pernambucanos.

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