Consolidar e acelerar a recuperação da economia serão desafios dos novos governos – do federal e dos estaduais – em 2023

JC
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JC
Publicado em 07/01/2023 às 22:45

O desemprego vem caindo nos últimos meses, mas a renda dos brasileiros também, sinalizando para um cenário difícil, emoldurado pela inflação e juros altos, este ano. A perspectiva para os novos governos é de uma conjuntura econômica potencialmente melhor do que no ano passado, mas com os mesmos problemas para a retomada, após o período de restrições da pandemia de Covid-19 – e a recessão que marcou o ano de 2020. No plano federal, Lula e sua equipe ministerial terão que destravar os gargalos
para buscar a promoção do crescimento com justiça social, sem patinar na areia movediça do déficit dos gastos públicos. Enquanto isso, no plano estadual, os governadores precisarão juntar as melhores oportunidades para superar os obstáculos e garantir avanços na qualidade de vida de suas populações.

Com o trabalho informal nas alturas, é parte do desafio gerar as condições propícias para a abertura de vagas no mercado de trabalho de carteira assinada. As estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 e dos anos seguintes ainda são tímidas, sem grandes expectativas de uma forte recuperação. Nesse prisma, a missão de Raquel Lyra e Priscila Krause em Pernambuco é cercada por dificuldades pertinentes a um estado que coleciona os piores indicadores do país em desemprego, fome, pobreza e perda de
competitividade. O esforço fiscal de economizar recursos públicos, demonstrado pelo novo governo, tem relação com a necessidade de se gastar muito bem o pouco disponível para os programas sociais e os investimentos estimuladores da economia pernambucana.

A ocupação dos brasileiros até outubro do ano passado envolveu um contingente recorde de quase 100 milhões de pessoas, apontando a disponibilidade maior de trabalho, seja formal ou informal. No entanto, a baixa qualificação percebida impõe a demanda por formação profissional, ao lado de investimentos que elevem a produtividade e a remuneração. O aumento da pobreza nos últimos anos é um dado contundente, em relação ao qual tanto o governo Lula, quanto o de Raquel Lyra, prometeram atuar, com o incremento de políticas compensatórias. O financiamento dessas políticas depende do lastro dos cofres públicos, que por sua vez dependem, no médio e longo prazos, do desempenho da economia que irriga, em última instância, os cofres públicos. Se a economia não deslanchar, os programas sociais padecem.

A queda na curva do desemprego – que foi de 8,3% no país em outubro, menor percentual desde 2014 – é um ponto de partida para as políticas econômicas de desenvolvimento. A consolidação dessa tendência, contudo, merece insumos que acelerem o crescimento, a fim de reduzir a desigualdade no Brasil, e restituir a dignidade à vida da maioria dos cidadãos de Pernambuco. Para tanto, será preciso aliar, às oportunidades geradas, melhores níveis de renda familiar, que possa, por exemplo, amenizar o endividamento recorde nas famílias, acumulado pelos juros altos.

É importante que os governos observem a natureza tripla do desafio: ampliar o atendimento aos direitos sociais, estimular a economia, sem abrir mão da saúde fiscal na gestão pública.

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