EDITORIAL

Empreender na crise é oportunidade que precisa de coragem, conhecimento, investimento e apoio

A pauta das micro e pequenas empresas (MPE) no Congresso pode ajudar a ampliar o fôlego dos empreendedores. Um dos projetos a serem apreciados nos próximos meses é o que aumenta o limite do Microempreendedor Individual (MEI), estendendo a faixa para quem possui faturamento bruto de até R$ 130 mil

JC
Cadastrado por
JC
Publicado em 06/02/2023 às 6:36
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
Luiz Barretto avaliou que as medidas serão necessárias para se adequar a perda de receita de cerca de R$ 1 bilhão - FOTO: Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

A melhoria do ambiente de negócios é uma demanda presente em todos os estados do Brasil, e muitas cidades primam pelo aperfeiçoamento das condições de abertura, financiamento e apoio às pequenas e microempresas – que fazem a esmagadora maioria dos novos empreendimentos no país. Iniciativas dos governos locais e de entidades como o Sebrae têm demonstrado que o momento chama o empreendedorismo, apesar da crise persistente em um cenário de instabilidade interna e externa: no plano nacional, desemprego e juros altos com baixa perspectiva de crescimento no ano, e no plano
global, a continuidade da guerra na Ucrânia e as tensões entre a China e os Estados Unidos, comprimem a conjuntura econômica.

Somente no primeiro semestre, o Sebrae dispõe, por exemplo, apenas no Mato Grosso do Sul, de recursos da ordem de R$ 216 milhões, e vai realizar 1.600 ações no estado em que 87% das quase 300 mil empresas são de micro e pequeno porte. Municípios sul-mato-grossenses buscam fazer a sua parte, fomentando o empreendedorismo para fortalecer o desenvolvimento local.

A pauta das micro e pequenas empresas (MPE) no Congresso pode ajudar a ampliar o fôlego dos empreendedores. Um dos projetos a serem apreciados nos próximos meses é o que aumenta o limite do Microempreendedor Individual (MEI), estendendo a faixa para quem possui faturamento bruto de até R$ 130 mil, e abre a possibilidade de contratação de até dois empregados. Há também a expectativa de que a reforma tributária em curso traga redução de custos e aumento da produtividade no âmbito das micro e pequenas empresas.

Com 99% dos empreendimentos e mais de 70% dos empregos dos brasileiros, as MPE representam sonhos que buscam oportunidades, diante de dificuldades impostas pela economia. Para se ter uma ideia, 94% das vagas abertas no Rio Grande do Norte no ano passado foram de micro e pequenos negócios. Mas nada é fácil para que uma ideia empreendedora vingue.

Na Coluna Dinheiro da edição de ontem do JC, Leandro Trajano recordou que “entre abrir um negócio e ele se firmar, há um ciclo que requer planejamento, paciência, conhecimento, organização e muito foco”. Trajano também alerta: “A cada empreendedor bem-sucedido, outros milhares se frustraram fortemente por terem começado de forma desesperada e despreparada”. Daí a importância do apoio da experiência e do conhecimento especializado, tanto para o plano de negócio quanto para a prática empreendedora, a exemplo do que oferece o Sebrae em seus escritórios espalhados pelo país.

Sem esquecer de um aspecto cada vez mais fundamental na concepção e abertura dos novos empreendimentos, hoje: a digitalização de suas atividades. A empresa requer canais de acesso e comunicação com seu público, e tal necessidade estabelece o seu potencial de competitividade. Da concepção à viabilização, e depois, para o amadurecimento do negócio, sobretudo em tempos de crise, os empreendedores querem, dos governos, o apoio possível para alavancar a economia, há anos, estagnada – e que não atrapalhem, com burocracias que poderiam ser muito menores.

Comentários

Últimas notícias