DENGUE

Vacina entra na prevenção

Disparada de casos no Brasil faz com que a vacinação passe a fazer parte das medidas de contenção da doença

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JC

Publicado em 23/01/2024 às 0:00
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A primeira remessa com 750 mil doses deve ser apenas uma fração do que o país vai adquirir, para ampliar a imunização contra a arbovirose que mais ameaça a população. Somente no ano passado, quase 3 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti – o maior número no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E 2024 não começou bem, com o dobro de ocorrências em relação às duas primeiras semanas de 2023, e seis mortes em decorrência da doença. A vacina é bem-vinda para cumprir o papel de elevar o grau de proteção da faixa etária que vem se mostrando mais vulnerável, e susceptível a hospitalizações. Para as poucas primeiras doses à disposição, o governo federal vai indicar a aplicação em crianças de 10 a 14 anos de idade, em municípios com mais de 100 mil habitantes.
Um lote de 570 mil doses deve chegar ao país em fevereiro, de um total de 5,2 milhões de doses compradas pelo Ministério da Saúde. A quantidade é pequena para o tamanho da população brasileira, mas é o que o laboratório japonês fabricante, o Takeda, disse ter condições de entregar. Portanto, a luta contra a dengue continua a depender de estratégias bem articuladas e implantadas de comunicação, com o objetivo de levar os cidadãos a se engajarem nas medidas preventivas comuns, bastante conhecidas, para evitar a proliferação do mosquito transmissor do mal. Isso também é função dos governos estaduais e municipais, que precisam dar o exemplo, limpando as suas propriedades, além de fiscalizar e dar apoio à população na prevenção. Contra a ameaça do mosquito e dos vírus que propaga, vale o ditado para a saúde: a união faz a força.
Embora tenha limites na faixa etária que pode ser imunizada – a vacina é para as pessoas de 4 a 60 anos – a Qdenga é eficaz contra os quatro sorotipos da dengue, e está disponível tanto para quem já se infectou, quanto para aqueles que nunca tiveram a doença. Gestantes, lactantes e imunossuprimidos não devem ser vacinados. Depois de chegar às clínicas particulares, o imunizante passa a integrar a lista oferecida pelo SUS, garças ao acerto com a Takeda. São necessárias duas doses para a defesa do organismo ser efetivada, e as reações adversas, como dor de cabeça e dor muscular, são mais comuns na primeira dose. Reações passageiras que logo passam, e não se comparam aos sintomas e aos riscos da dengue.
O Brasil é o primeiro país a oferecer a vacina a um espectro amplo da população, através do Sistema Único de Saúde (SUS). O importante é que, junto com a campanha de vacinação, sejam reforçadas as mensagens de prevenção em todos os estados, especialmente naqueles em que a incidência de casos sobrecarrega as unidades de atendimento. Para que seja minimizada a disseminação dos mosquitos, e os prejuízos de uma doença que pode ser evitada.

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