Apesar de a maioria das escolas particulares do Recife ainda manterem o funcionamento nesta terça-feira (17), a frequência dos alunos foi baixa no último dia antes do início da quarentena imposta pela Prefeitura do Recife. Diferentemente do usual, o trânsito era livre das 12h às 13h nas Avenidas Rosa e Silva e Rui Barbosa - principais rotas de acesso a colégios da Zona Norte e pontos comuns de engarrafamento.
Grande parte dos pais preferiu manter os filhos em casa após avanço do novo coronavírus. Os portões sem movimentação de veículos eram cenário comum na frente dos estabelecimentos. Difícil mesmo foi encontrar alguma criança, adolescente ou responsável por perto.
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Mesmo quem precisou levar o filho à aula está preocupado com o cenário da pandemia. É o caso da funcionária pública Cleonilda Queiroz, de 47 anos, mãe de Laura, 9, aluna do Colégio Fazer Crescer (CFC).
“A normativa orienta o fechamento das escolas a partir da quarta-feira, mas a gente precisava se organizar na rotina doméstica. Por isso, ainda trouxe minha filha à escola na segunda e no dia de hoje”, relatou.
A família ainda está na dinâmica dos ajustes. “Eu e o pai trabalhamos. Como eu tenho um flexibilidade maior, estou conseguindo ajustar as agendas. A partir de amanhã, conto com apoio da rede solidária, vai a avó entrar no circuito para dar uma retaguarda”, explicou.
Laura foi uma dos dois únicos alunos de sua sala, do 5º ano. Em outra turma, onde 37 garotos estão matriculados, apenas cinco compareceram.
A coordenadora geral do CFC, Alessandra, contou que a frequência nesta terça não chegou a 10% do total de mais de mil estudantes. “A escola manteve esses dois dias com horário de funcionamento, mas alguns pais optaram por não enviar algumas crianças”, relatou. Os alunos que ficaram em casa, contou, não levaram falta.
O decreto também forçou os colégios a adaptarem o cronograma pedagógico. “De domingo para cá, a gente fez umas modificações em relação a ajustar conteúdos, eventos e reuniões que a escola já estava encaminhando, para que não tivesse nenhum prejuízo em relação aos alunos.
Nas duas unidades do Colégio Boa Viagem (CBV), no bairro homônimo, na Zona Sul, e no Rosarinho, Zona Norte, a queda na frequência também foi grande. José Ricardo Diniz, diretor e presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE), disse que, em média, um terço dos alunos foram às aulas nesta terça.
A conduta agora, em todas as escolas da rede privada, é se organizar para “definir formas de manter contato com a comunidade”, mesmo durante o isolamento.
“Já estão desenhadas pelas escolas medidas para que continue a existir o contato com as famílias. Afinal de contas, não sabemos por quanto tempo vai durar este período. Hoje, têm outras formas de atividade além das presenciais”.
Decreto
O fechamento de instituições de ensino - privadas e públicas - a partir desta quarta-feira (18) é uma das dez medidas do Plano Municipal de Contingência - COVID 19 anunciado pela Prefeitura do Recife no último domingo (15).
No mesmo dia, o Governo de Pernambuco anunciou a suspensão de aulas das escolas estaduais na capital a partir do mesmo dia. Universidades e institutos federais já pararam a partir desta segunda (16), por decisão do Consórcio Pernambuco Universitas.
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