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"Todos nós temos que colaborar", diz João Carlos Paes Mendonça sobre pandemia de coronavírus

"Não pode ser de um lado só. Eu acho que ainda não há um entrosamento, em vários Estados, entre as autoridades e a sociedade". confira a entrevista completa com o presidente do Grupo JCPM sobre a situação gerada pelo coronavírus no mundo

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Publicado em 23/03/2020 às 14:44 | Atualizado em 23/03/2020 às 15:41
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JCPM acredita que é preciso colaboração e cautela neste momento de crise - FOTO: Bianca Souza/JC Imagem

Como o senhor tem se comportado para não pegar a doença?

Estou me comportando como as autoridades orientam. Estou de quarentena, com toda cautela, cuidando porque a saúde é o principal. Minha faixa etária já é a de ter cuidados especiais. Já vivi muito, mas tenho ainda um trabalho grande pela frente. E espero contribuir muito com as pessoas e com Pernambuco.

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Os empresários vão fazer esforço para manter seus funcionários. O mundo roda. Vamos voltar.
João Carlos Paes Mendonça

O senhor é um homem de muitos amigos. Como está fazendo? Conversa por telefone, recebe algum?

Não recebo ninguém. Recebo ligações e estou acompanhando, inclusive, os movimentos que são feitos pela sociedade civil. Destacaria um realizado para o Hospital Português. Não tive atuação direta, mas contribui, assim como muitos outros empresários (referindo-se à compra de respiradores realizada pelo empresariado local). Outro movimento que me alegrou nesse momento foi em prol do IMIP realizado por uma sobrinha minha, Daniela, filha de Eduardo Mendonça. É bom ver a sociedade se unindo para ajudar a população com um todo.

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Os governos têm tomado algumas providências para diminuir o impacto do coronavírus na sociedade. O que o senhor tem visto de positivo e o que ainda precisa ser feito?

Muito do emergencial está sendo feito pela sociedade civil também, que tem ajudado com recursos da forma que pode. E deve continuar. Acho que todos os governantes estão preocupados. Até porque o que temos de infraestrutura é realmente preocupante.

É preciso ter cautela. As medidas têm efeitos colaterais.
João Carlos Paes Mendonça

As empresas estão parando seus negócios e as despesas não param. Como fica numa situação dessa?

Minha preocupação maior é como a gente pode dar condições para que as pessoas não sejam atingidas por esse vírus. É com a saúde. Vai ser necessário estudar ainda mais medidas em conjunto com bancos. Mas agora o primordial é cuidar da saúde das pessoas. Vários empresários vão ter dificuldade, vai faltar caixa para uns, muitos não vão ter condições de pagar salários porque os escritórios e empresas estão fechados. É uma situação realmente muito difícil e única.

Qual a sua avaliação sobre a medida de suspensão de contrato de trabalho? Pode amenizar o número de demissões? Como fica o trabalhador?

É preciso tomar algumas atitudes porque parar a operações não é tão simples quanto as pessoas pensam. Todas as medidas têm efeitos colaterais. É preciso verificar com cautela quais são os efeitos. Você fechar um shopping, uma indústria, uma loja, você tem que saber que está fechando a entrada de recursos, com efeitos sobre funcionários e clientes. É preciso ter um pouco mais de calma. E, principalmente, ter em mente que todas as medidas têm efeitos colaterais. Ou tem essa visão ou a visão emocional não funciona.

Alguns estudos já desenham demissões que podem chegar a 40 milhões. Vamos chegar a isso?

Acho que tem um pouco de exagero. Os empresários vão fazer todo esforço para manter seus funcionários. O mundo roda, vamos voltar, as equipes são treinadas e não se pode renunciar a isso. O que tem que haver são os governos darem condições para que as empresas que não tenham recursos possam pagar seus funcionários. Vamos voltar ao normal. A questão agora é chegar até lá.

O senhor já foi pequeno e cresceu. Qual recado o senhor daria ao pequeno?

A apreensão é dos pequenos e dos grandes. Quem é grande, os compromissos são grandes. Se é pequeno, são menores. É preciso que o Governo use sua força, com seus bancos para financiar esse pessoal, ter tranquilidade para isso. Os impostos vão ter os prazos alongados. Acho que, com boa vontade, todo mundo querendo trabalhar correto, sem demagogia, sem populismo, chegaremos a uma posição melhor.

Qual o papel da imprensa neste momento? O que ela poderia estar fazendo a mais?

Acho importante que a área de comunicação entre em ação para mostrar o que está acontecendo sem apavorar, e mostrando os caminhos. E acompanhar as ações, tanto da iniciativa privada quanto também dos governos. Não pode ser de um lado só. Eu acho que ainda não há um entrosamento, em vários Estados, entre as autoridades e a sociedade. Isso precisa acontecer. O exemplo daqui me deixou muito emocionado porque, pela primeira vez depois de muitos anos, a sociedade se envolveu em um projeto de apoio coletivo.

E o papel das grandes empresas?

Espero que as grandes empresas e as médias e pequenas entrem. Não pode ser só pessoa física. Tem grandes empresas atuando em Pernambuco que não têm suas sedes aqui e devem atuar em prol do conjunto. Para isso, é preciso criar uma estrutura de controle, com órgãos de acompanhamento, inclusive, com auditorias internacionais, conclamar esse pessoal, para poder acompanhar desde o recebimento dos recursos até a aplicação. É uma campanha que deve surgir, e compete ser assumida pelos órgãos de classe. Todos nós temos que colaborar.

Trabalhando correto, sem demagogia, chegaremos a uma posição melhor.
João Carlos Paes Mendonça

 

O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Confira o mapa de casos

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

Citação

Os empresários vão fazer esforço para manter seus funcionários. O mundo roda. Vamos voltar.

João Carlos Paes Mendonça
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É preciso ter cautela. As medidas têm efeitos colaterais.

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Trabalhando correto, sem demagogia, chegaremos a uma posição melhor.

João Carlos Paes Mendonça

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