Apesar da recomendação para que sejam evitadas as aglomerações, as obras públicas como a do do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, o Geraldão, ou a da Conde da Boa Vista, seguem sendo tocadas num período em que a pandemia do novo coronavírus (covid-19) assola o mundo.
Isso acontece, pois decreto do governador Paulo Câmara (PSB) aponta que a paralisação de obras contratadas pelo serviço público podem ser decididas pelos respectivos entes federativos contratantes, como a União, o Estado e os municípios.
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Na visão do médico infectologista Moacir Jucá, o mais adequado seria a aproximação do médico do trabalho para orientar esses trabalhadores. "Existem empresas específicas que gerenciam a obra e estas empresas têm médico do trabalho. A gente espera que eles estejam orientando as equipes a observar algum sintoma gripal e, se tiver, não é para ir ao trabalho. Além disso, tomando cuidado com a prevenção ressaltando a importância da higienização das mãos", disse.
A reportagem esteve na obra do Geraldão nessa última quarta-feira (25) e na Conde da Boa Vista nesta quinta-feira (26) e não observou uma distância mínima entre os trabalhadores. Inclusive, um dos funcionários, que preferiu não se identificar, afirmou que não houve nenhum novo ponto de higienização depois das notícias sobre a covid-19.
Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou que o Decreto Estadual 48.434 prevê a manutenção das obras públicas e que os funcionários ligados a estes serviços têm recebido orientações em relação à prevenção e cuidados de higiene para o combate à disseminação do novo coronavírus. Questionada sobre a previsão de entrega do Geraldão, a prefeitura garantiu que permanece para este primeiro semestre de 2020.
Ambiente aberto
O médico explica que as obras que ocorrem em ambientes abertos têm um menor risco de contágio pelo ar, mas ressalta os cuidados que ainda assim devem ser tomados. "O fato de ser em local aberto diminui o risco de manter partículas no ar que possam facilitar a transmissão. Mas em algum momento eles irão almoçar, ou descansar e nesse momento, o risco é maior. Eles ficam mais próximos. As pessoas deveriam ficar afastadas pelo menos um metro e almoçar em horário dividido. Algumas obras não podem parar e nesses casos, se alguém tiver algum sintoma gripal deve ser afastado e se houver algum funcionário de grupo de risco também deve ser afastado", afirmou.
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