Famílias mudam rotina de Páscoa devido à pandemia do novo coronavírus

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 5 e 6 de dezembro de 2019 e publicada pelo jornal Folha de S.Paulo em janeiro de 2020 aponta que 50% dos brasileiros são católicos, 31% evangélicos e 10% não possuem uma religião. Diante disto, é possível afirmar que o período de Páscoa, para a maioria destas pessoas, é de grande importância, afinal, é nesta época que as famílias costumam cumprir a tradição de se reunir. Na Sexta-Feira Santa é relembrada a crucificação de Jesus e a sua morte no calvário, e no Domingo de Páscoa  é o dia de comemorar a ressurreição do Cristo. Mas como fazer isso atualmente com a pandemia do novo coronavírus assolando o mundo?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estratégia de combate à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, deve ser a restrição social, que vem sendo adotada por diferentes lugares, inclusive pelo estado de Pernambuco. Para a dona de casa Solange Souza, de 55 anos, que é moradora do município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, o mais importante no momento é preservar a saúde, portanto, a Páscoa será comemorada de uma forma diferente.

“Eu e minha família costumávamos nos reunir com os vizinhos, íamos para a casa de um deles, próxima à minha, mas neste ano vai ser só a gente na nossa casa mesmo”, disse.

Ela também contou que, mesmo a situação sendo difícil, as comidas típicas da época não ficarão de fora. “Vou cozinhar peixe, quibebe, bredo… A única forma de não fazer é só se não conseguir comprar o material”, declarou Solange.

Impasse

Todos os anos cerca de 20 familiares da estudante de RH Cristiene Cibele da Silva, de 35 anos, também residente de Jaboatão dos Guararapes, vão para casa em que ela mora com pais e a filha para o grande almoço de Páscoa. No entanto, este ano, eles tiveram que conversar sério sobre o assunto.

“Infelizmente por causa da pandemia do coronavírus tivemos que pedir para que as pessoas não viessem. Alguns até insistiram em querer nos visitar, mas conversamos com eles, porque esse período de distanciamento é muito importante para o combate ao vírus”, comentou.

Apesar do posicionamento racional, Cristiene também desabafou sobre o sentimento diante da situação. “Nesse momento o que sinto é saudade, faz muito tempo que não vejo a minha irmã, por exemplo, e gostaria muito de vê-la”, revelou a estudante.

'Vai ser a melhor Páscoa de todos os anos'

Para a aposentada Conceição Novaes, de 69 anos, moradora do Recife, a Páscoa é um momento para refletir sobre a jornada de Jesus durante o período de crucificação até a sua ressurreição. Sendo assim, neste momento de isolamento, as pessoas, que normalmente têm a vida tão corrida, poderão entender o verdadeiro significado da época.

"Para mim vai ser a melhor Páscoa de todos os anos, porque poderemos parar para refletir sobre a data. Vou sentir falta dos abraços e da presença dos meus filhos e netos que sempre vêm à minha casa nesse período, mas iremos nos comunicar por ligação durante o dia todo", contou.

Além disso, a aposentada também apontou uma outra mudança na sua rotina devido ao coronavírus. "Todos os anos vou à igreja assistir às missas da Semana Santa, mas agora estou acompanhando tudo pela televisão. O mais importante disso tudo é que seremos pessoas melhores depois dessa pandemia", concluiu. 

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

• Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
• Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
• Evitar contato próximo com pessoas doentes.
• Ficar em casa quando estiver doente.
• Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
• Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
• Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada