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Coronavírus: Passear de carro durante a quarentena pode trazer riscos?

Para aliviar a tensão da quarentena, algumas pessoas recorrem aos passeios de carro. Mas especialistas alertam sobre riscos

Katarina Moraes Larissa Lira
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Katarina Moraes
Larissa Lira
Publicado em 07/04/2020 às 16:00 | Atualizado em 28/04/2020 às 18:29
FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
Segundo especialistas, a saída só deve ser feita se for necessária - FOTO: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM

O isolamento social é uma das medidas para conter o avanço do novo coronavírus, além de evitar que a curva de crescimento de casos aumente ao ponto de causar um colapso no sistema hospitalar. Mas o que fazer quando sua rotina muda abruptamente e ficar em casa é a sua única opção? A estudante de Relações Internacionais, Thalita Sobrinho, de 21 anos, encontrou nos passeios de carro uma forma de driblar a quarentena e fazer com que seu irmão, Pedro Eduardo, de 12 anos, se distraísse.

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"Meu irmão tem síndrome de down e é bem difícil ficar com ele em casa, porque ele sempre pede para ir ao shopping, a escola e para outros lugares. Ai pensei em dar voltas com ele de carro pela cidade, com os vidros abertos e sem descer para ele poder se distrair e olhar a rua", conta. Devido a síndrome, Pedro não entende o porquê da necessidade de estar em quarentena e fica estressado dentro de casa.

A saída é feita geralmente duas vezes na semana e com todos os cuidados necessários. "Não saímos do carro. A gente leva álcool em gel pra passar nas maçanetas, no volante do carro e nas mãos. Quando voltamos, tomamos banho, lavamos as roupas e os sapatos. O passeio é só para ele olhar a rua pela janela, o que o acalma bastante", explica.

Vida agitada

Quem também encontrou nos passeios de carro uma forma de driblar a solidão da quarentena e de ver gente foi a funcionária pública Viviane Aquino, de 33 anos, moradora de Olinda. Sua rotina era agitada: trabalhava, fazia academia, pilates e tinha uma vida social ativa. De isolamento desde o dia 16 de março, ela relata que a decisão aconteceu para não 'surtar'. "Estava em casa há duas semanas sem ver ninguém. Com saudade das pessoas, de ver o mundo e de me arrumar", explica. Mesmo sabendo que não iria sair do carro, ela afirma que tomou todos os cuidados com álcool em gel e máscara. "Fui no Sítio Histórico de Olinda, vi que tinha muita gente em casa, pois era um sábado e as ruas estavam vazias. Passei pela Sé e voltei pela Orla. Só isso me acalmou bastante", completa. A atitude, de acordo com ela, serviu para desopilar e dar uma relaxada.

Cuidados

Em entrevista ao Jornal do Commercio, a infectologista Lívia Medeiros, alerta para os devidos cuidados. "Até que a pessoa chegar no carro, encontra com outras pessoas e toca em superfícies, como na maçaneta, porta e botão do elevador. É difícil realizar a desinfecção desses itens diariamente. Por isso, o isolamento social é de extrema importância", explica. Em situações como a de Thalita e Pedro, Lívia alerta que o ideal é redobrar os cuidados. "Quando a saída é necessária, o ideal é que as pessoas higienizem as mãos antes e depois de tocar no botão do elevador e abri-lo com o cotovelo ou as costas. Chegando no carro, após abrir a maçaneta, é preciso higienizar o volante e as mãos. Se o carro for manual, higienizar também o câmbio. Esses artifícios, antes e após tocar em superfícies de uso comum, tornam o passeio mais seguro". Deixar que o fluxo contínuo de ar transite dentro do carro também é uma dica da profissional.

Já a psicóloga clínica e especialista em gestão de pessoas Maria do Carmo orienta que quando a situação não é específica e não há a necessidade de sair, o melhor é encontrar meios de olhar para dentro de si e permanecer no isolamento. "O ser humano é um ser social e precisar da relação com outros seres. Diante do isolamento, algumas pessoas sentem ansiedade, pois tem um ritmo de vida exterior intenso e não praticam o ato de ter um movimento interior. Esse momento é importante para que essas pessoas investiguem os motivos de precisarem sair e não conseguirem ficar sós consigo mesmas e em si", completa. Ela ainda aconselha a prática de meditação e terapias onlines para quem não consegue lidar com a quarentena. 

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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O que é coronavírus?

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  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
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  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

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