Saúde

Coronavírus: Recife possui mais respiradores pulmonares do que leitos abertos de UTI

O Recife conta com respiradores pulmonares disponíveis, mas que ainda não estão atuando em leitos abertos devido à falta de profissionais capacitados

JC
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Publicado em 24/04/2020 às 12:37 | Atualizado em 24/04/2020 às 12:50
ANDRÉA RÊGO BARROS/DIVULGAÇÃO PCR
Os atendimentos no ambulatório do Hospital da Mulher são realizados das 7h às 19h - FOTO: ANDRÉA RÊGO BARROS/DIVULGAÇÃO PCR

Com 122 respiradores pulmonares adquiridos e 70 leitos de UTI abertos até o momento na rede municipal de saúde do Recife, a capital pernambucana conta atualmente com mais respiradores disponíveis que vagas em unidades de terapia intensiva para pacientes com o novo coronavírus. Na manhã desta sexta-feira (24), durante coletiva de imprensa online, a gestão anunciou a inauguração do sexto dos sete hospitais de campanha prometidos. Com 30 leitos de enfermaria, a unidade foi construída na área externa do Hospital da Mulher do Recife (HMR), no bairro do Curado, na Zona Oeste.

Sobre a relação desigual entre o número de respiradores disponíveis e os que estão sendo utilizados nos 70 leitos de UTI abertos pela prefeitura, o secretário diz que é necessária a contratação e a capacitação de profissionais de saúde. Em outras palavras, há equipamento e leito construído, mas faltam profissionais treinados para atuar nestas vagas. Ao todo, 1.346 profissionais foram contratados desde a decretação da pandemia, dos quais 925 foram pela prefeitura e 421 pelas entidades que estão administrando os hospitais de campanha.

Ele conta que a Prefeitura do Recife tem a meta de adquirir 370 respiradores e que 500 foram encomendados. Os respiradores são elementos importantes no atendimento a pacientes com a covid-19, principalmente para os casos mais graves. O equipamento, inclusive, foi alvo de disputa na Justiça que, nessa quinta-feira (23), determinou que os respirados comprados pelo Governo do Estado fossem entregues com urgência. "Os fornecedores do mundo inteiro não estão cumprindo prazo de entrega, então a gente tem que aí a dependência. A ativação dos nossos leitos depende da chegada desses respiradores e da contratação e do treinamento de pessoas".

Segundo Jailson Correia, no Recife, 1.500 profissionais foram testados para o novo coronavírus. Atualmente, 640 profissionais de saúde estão afastados do trabalho. "O respirador é um componente muito importante do leito de UTI, mas não é o único. Existem outros equipamentos, que nós já temos na casa, mas existe a necessidade de formação das equipes de trabalho e do seu mínimo treinamento, para que se possa encarar o enfrentamento à covid-19", explica.

Com a inauguração o sexto hospital de campanha, o Recife possui 947 leitos construídos, já que o HMR, quando estiver em total funcionamento, abrigará 120 vagas. Já o número de leitos abertos, ou seja, que já estão prontos para receber pacientes, é de 335, sendo 70 de UTI e 265 de enfermaria. Atualmente, 49 pessoas ocupam as vagas de UTI da rede municipal de saúde.

O prefeito Geraldo Julio aproveitou a coletiva de imprensa para divulgar os dados relacionados às estruturas como hospitais de campanha, policlínicas e o HMR. Na cidade, 2.124 pessoas foram atendidas. Destas, 460 receberam alta. Já sobre os leitos de UTI, cinco pacientes se recuperaram e voltaram para casa. O aplicativo Atende em Casa foi responsável por 15.800 atendimentos.

No Plano de Contingência do Recife estão previstos um total de 1.200 leitos, sendo 400 de UTI e 800 de enfermaria. As novas vagas estão distribuídas em sete hospitais de campanha, dos quais seis foram entregues. Três deles ficam nas policlínicas: Amaury Coutinho, na Campina do Barreto; Barros Lima, em Casa Amarela, na Zona Norte e Professor Arnaldo Marques, no Ibura, na Zona Sul.

O Hospital Provisório Recife 1 fica na Rua da Aurora, no bairro de Santo Amaro, no Centro e o Hospital Provisório Recife 2 está localizado nos Coelhos, na área Central. A sexta estrutura anunciada foi construída na área externa do HMR, que também abriga outros leitos de UTI e enfermaria para pacientes com covid-19. Na sexta-feira (17), a prefeitura anunciou o corte de despesas de R$ 230 milhões, dinheiro investido na construção dos hospitais de campanha, compra de material e contratação de profissionais.

A gestão não especificou o valor de cada um dos hospitais de campanha, no entanto, conta que já contabilizou quase R$ 500 milhões em despesas com o combate ao novo coronavírus. Até o momento, R$ 24,5 milhões foram enviados à cidade pelo governo Federal.

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