Medicamento

'Não se faz prescrição médica por decreto', diz secretário de saúde de Pernambuco sobre uso da cloroquina

Segundo ele, existem 'fake news' sendo divulgadas nas redes sociais de que as farmácias de Pernambuco teriam recolhido a cloroquina e a hidroxicloroquina

JC
Cadastrado por
JC
Publicado em 18/05/2020 às 13:04 | Atualizado em 18/05/2020 às 14:03
LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM
"Nós não recolhemos, pelo contrário, nós distribuímos nas unidades. O Ministério da Saúde que não entregou medicação suficiente para fazer em casos leves", disse André Longo sobre o uso da cloroquina - FOTO: LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM

"Daqui a pouco vai ter uma medida estabelecendo cloroquina pra todo mundo. Não se faz prescrição médica por decreto, nem por medida provisória. A prescrição é uma prerrogativa do médico". A frase, sobre o uso da cloroquina no tratamento dos pacientes com o novo coronavírus, é do secretário de saúde de Pernambuco, André Longo, que participou, na manhã desta segunda-feira (18), de debate sobre o primeiro dia útil do lockdown em Pernambuco na Rádio Jornal. Na ocasião, André Longo também falou sobre como está sendo o uso da substância no Estado.

Segundo ele, existem 'fake news' sendo divulgadas nas redes sociais de que as farmácias de Pernambuco teriam recolhido a cloroquina e a hidroxicloroquina. "Tem um protocolo que o presidente coloca que a hidroxicloroquina deve ser utilizada em ambiente hospitalar, para pacientes em casos graves da doença. Esse é o protocolo que a gente tem do Ministério da Saúde hoje", relata.

O secretário conta que Pernambuco recebeu 180 mil comprimidos da substância, e mais de 140 mil foram distribuídos em 63 unidades de saúde. "Nós não recolhemos, pelo contrário, nós distribuímos nas unidades. O Ministério da Saúde que não entregou medicação suficiente para fazer em casos leves", acrescentou.

Participaram do debate da Rádio Jornal o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio de Pádua, o procurador Geral do Estado, Ernani Médicis. De acordo com Pádua, o primeiro dia útil do lockdown em Pernambuco foi avaliado como positivo. "De um modo geral, a população está entendendo a mensagem do isolamento social. Tivemos registros de três TCOs (Termo Circunstanciado de Ocorrência), em razão de desacato, e foi necessário usar a força policial mais contundente. Mas as pessoas estão obedecendo o rodízio, de forma geral", disse. Segundo ele, 1.300 policiais atuam na fiscalização durante o lockdown.

O procurador geral do Estado afirmou sobre as novas medidas de restrição no transporte público. Segundo ele, no sábado e no domingo houve uma redução de 25% na procura pelos ônibus em decorrência das medidas de isolamento mais rígidas. "Hoje a gente está monitorando e no final do dia a gente vai ter esse dado. Mas a impressão dos fiscais é de que houve redução. Essas medidas de rodízio e de restrição foram adotadas pera as pessoas ficarem em casa", declarou.

Ainda sobre a cloroquina, o secretário André Longo fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). "Não há protocolo dizendo que é para fazer (a hidroxicloroquina), não existe sustentação científica até esse momento. Há uma briga política que já derrubou dois ministros. Não se pode resolver uma situação grave gerando instabilidade", relatou. Segundo ele, estão previstos para chegar em Pernambuco nesta terça-feira (19), 35 ventiladores pulmonares, que serão distribuídos nos leitos do antigo Hospital Alfa, em Boa Viagem, na Zona Sul e para a Maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda.

Comentários

Últimas notícias