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Índios venezuelanos sem saber quando poderão reocupar casa que pegou fogo no Recife

Passado um dia desde o incidente, refugiados continuam desalojados. "Deveremos passar a noite na rua, do lado de fora", disse o líder do grupo

Maria Lígia Barros
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Maria Lígia Barros
Publicado em 22/05/2020 às 14:50 | Atualizado em 22/05/2020 às 14:52
BRUNO CAMPOS/ JC IMAGEM
Mais de 50 venezuelanos estão há mais de 24h no meio da Rua dos Prazeres, no centro do Recife - FOTO: BRUNO CAMPOS/ JC IMAGEM

Mais de 50 refugiados venezuelanos passaram a noite na rua e estão desabrigados desde que um incêndio atingiu a casa que moram, na rua dos Prazeres, 190, no bairro dos Coelhos, área central do Recife, na manhã dessa quinta-feira (21). Após vazamento de gás, um botijão de gás explodiu na residência, destruindo os pertences das famílias e deixando uma pessoa ferida. Inácio Torres foi internado no Hospital da Restauração, segundo informou a organização Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2, e passa bem.

Os imigrantes são indígenas da etnia Warao que deixaram a cidade de Tucupita, no norte da Venezuela, para fugir da crise que assola o país. Após percorrerem várias outras capitais do Brasil - Boa Vista, Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza e Natal -, aproximadamente 90 deles chegaram ao Recife em meados de outubro de 2019.

Na manhã desta sexta-feira (22), o cacique Santo, líder do grupo, contou ao JC que ainda estavam desalojados. "Deveremos passar a noite na rua, do lado de fora", disse. Ele informou que se reuniriam com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) para discutir a situação. Procurada, a Funai não respondeu à reportagem. A migração do povo Waraó ao Brasil vem sendo tratado pelo organismo do Governo Federal há quase três anos. Na capital pernambucana, o caso é acompanhado pela Cáritas e pela Prefeitura do Recife.

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Mais de 50 venezuelanos estão há mais de 24h no meio da Rua dos Prazeres, no centro do Recife - BRUNO CAMPOS/ JC IMAGEM
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Mais de 50 venezuelanos estão há mais de 24h no meio da Rua dos Prazeres, no centro do Recife - BRUNO CAMPOS/ JC IMAGEM
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Mais de 50 venezuelanos estão há mais de 24h no meio da Rua dos Prazeres, no centro do Recife - BRUNO CAMPOS/ JC IMAGEM

Desde o incêndio, o logradouro foi visitado pelas secretaria estadual de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude e as secretarias municipais de Defesa Civil do Recife e de Direitos Humanos, pelo Serviço Especializado em Abordagem Social do Recife e pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). 

Em nota, a secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife disse que fez os reparos na estrutura que foi danificada pelas chamas. A administração também garantiu ao grupo o jantar da quinta-feira, e prometeu fornecer as três refeições desta sexta.

Ainda segundo o texto, a energia, que havia sido cortada em função do incêndio, foi restabelecida pela Celpe durante a madrugada.

A casa que pegou fogo é um dos três endereços mantidos pela Cáritas e pagos pela Prefeitura do Recife para onde os refugiados foram realocados seis meses atrás depois de passarem um tempo vivendo em condições insalubres. Ao se mudarem para o Recife, eles se alojaram em três pensões no bairro da Boa Vista, duas delas entre as ruas da Glória e da Santa Cruz. Em outubro, quando o JC visitou os recém-chegados, quase 40 pessoas moravam aglomeradas em um único imóvel. 

Ajuda

O cacique Santo contou que estão precisando de ajuda. "Queimou geladeira, queimou fogão", falou. Além de auxílio com os eletrodomésticos, os refugiados também precisam de alimento. 

A Cáritas dispõe de um número de telefone para quem desejar colaborar. A instituição pode ser contactada pelo (81) 3231-3435.

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