A Polícia Federal em Caruaru deflagrou na manhã desta terça-feira (30) a Operação Dissímulo, com objetivo de descortinar a atuação de uma associação criminosa estabelecida nos municípios de Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe, especializada na execução de crimes patrimoniais contra agências bancárias, na modalidade de roubo mediante sequestro e extorsão de funcionários. Segundo o órgão, o líder da quadrilha é um vigilante de 32 anos, funcionário de uma empresa de segurança de valores, natural da Bahia e residente em Caruaru.
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Na ação desta terça-feira, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, nos bairros de Agamenon Magalhaes, Cidade Jardim, Renderias e Vassoural, expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Caruaru, em endereços de suspeitos de integrarem o grupo criminoso, tendo sido empregados 25 policiais federais. Os crimes atribuídos aos investigados são de associação criminosa e roubo qualificado (Art. 288 c/c Art. 157, §2º, V, do Código Penal Brasileiro), com penas que somadas podem chegar a 18 anos de reclusão.
Relembre o caso
No dia 3 de novembro de 2019, a Polícia Federal em Caruaru procedeu a prisão de um autônomo de 31 anos, brasileiro, casado, natural e residente em São Paulo e de um motorista de 44 anos, brasileiro, solteiro, natural de Serra Talhada e residente em São Paulo. As prisões aconteceram em virtude de investigação de rotina na área de inteligência policial, a qual dava conta de que de um suspeito que tinha contra si um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Criminal de Caçapava (São Paulo) estaria na Feira da Sulanca em Caruaru, acompanhado de um segundo envolvido.
Os federais ao procederem a abordagem de três suspeitos, dois deles se identificaram com documentos falsos, razão pela qual foram presos em flagrante e levados até a Delegacia da Polícia Federal em Caruaru para os procedimentos de polícia judiciária. O terceiro foi ouvido em inquérito policial e liberado em virtude de não ter sido comprovada sua participação ou envolvimento em crimes.
Os presos tomaram ciência dos mandados de prisão preventiva e foram autuados em flagrante pelo crime de uso de documento falso , que pode levar de 2 a 6 anos de reclusão. Foram apreendidos cerca de R$ 300 mil reais, U$ 120 dólares, 11 celulares, um tablet e uma máquina fotográfica. Segundo a polícia, os dois são criminosos de alta periculosidade e tiveram participação em diversas modalidades criminosas como assaltos, latrocínios, explosão de carros fortes e bancos.
Na cidade de Santos, em São Paulo, um deles participou efetivamente da investida contra a empresa Prossegur usando de grave violência e subtraindo juntamente com outros criminosos um valor de R$ 12 milhões e em virtude de trocas de tiros vitimaram uma pessoa, no dia 4 de abril de 2016. Durante a fuga na rodoviária Anchieta havia uma blitz da Polícia Militar e os bandidos efetuaram disparos de fuzis contra os militares e vitimaram dois policiais, que estavam no interior da viatura. Os dois também tem participação no episódio do Aeroporto de Viracopos, em São Paulo, contra uma empresa de transporte de valores no Paraguai no qual roubaram numa ação cinematográfica um carregamento de ouro.
No dia 7 de fevereiro de 2020, foi expedido um mandado de prisão preventiva pela Vara Criminal da Justiça Federal de Santa Cruz do Capibaribe, em desfavor do vigilante, líder do grupo. A prisão aconteceu quando o suspeito estava em sua residência. As investigações da Polícia Federal o apontam como responsável por passar informações privilegiadas dos bancos e empresas de segurança privada aos integrantes de facção criminosa para que eles pudessem realizar suas investidas em Pernambuco.
As investigações prosseguem buscando identificar os demais envolvidos. O vigilante realizou Exame de Corpo de Delito no IML - Instituto de Medicina Legal de Caruaru, e em seguida foi encaminhado para a Penitenciária Juiz Plácido de Souza onde ficará à disposição da Justiça Federal.
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