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Operação da Polícia Federal prende ex-gerente do Banco do Nordeste suspeito de desviar R$ 10 milhões

O homem, que vivia em casa de luxo, é considerado líder de uma organização criminosa

Bruna Oliveira
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Bruna Oliveira
Publicado em 15/07/2020 às 12:50 | Atualizado em 15/07/2020 às 12:56
DIVULGAÇÃO/PF
Casa em que morava o ex-gerente do Banco do Nordeste - FOTO: DIVULGAÇÃO/PF

A Polícia Federal em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, deflagrou na manhã desta quarta-feira (15) a Operação Escaparate, que tem como objetivo remover a atuação de uma organização criminosa instalada na agência do Banco do Nordeste no município de Santa Cruz do Capibaribe, também no Agreste pernambucano. A quadrilha era especializada na prática crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, Peculato, Lavagem de dinheiro e constituição e participação em Organização Criminosa. As fraudes cometidas pela organização, que tem como líder o ex-gerente do banco, resultaram em prejuízos financeiros aos cofres públicos superiores a R$ 10 milhões.

A Operação Escaparate tem a finalidade de cumprir um mandado de prisão preventiva, um mandado de busca e apreensão, bloqueios de contas bancárias de 11 pessoas físicas e jurídicas, sequestro de bens e afastamento de sigilo fiscal de nove pessoas físicas e jurídicas, além da intimação oito pessoas identificadas como supostos laranjas. Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Surubim, também no Agreste e região e resultou na prisão do ex-gerente, que morava em uma casa de luxo.

Os trabalhos apuratórios iniciais resultaram na deflagração das duas primeiras fases da Operação Impunitas, que foi realizada do dia 11 de junho de 2019 e 24 de setembro do mesmo ano, nas quais foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, além do bloqueio de valores e sequestro de bens dos investigados, e culminaram com a identificação do líder, o ex-gerente da agência do Banco do Nordeste em Santa Cruz do Capibaribe.

Na ocasião, foi constatado que o então gerente da agência foi o responsável pela prática de atos de gestão fraudulenta na instituição financeira que facilitou o acesso dos demais integrantes do grupo criminoso a altas somas de valores em espécie decorrentes de operações de créditos hipotéticos, subsidiadas por documentos produzidos com essa finalidade e sem qualquer relação com a realidade dos fatos.

Diante disto, a maior parte dos valores disponibilizados pelo banco eram destinados ao líder do grupo e seus comparsas mais próximos. As análises das quebras dos sigilos bancários dos investigados apontaram que, entre os anos de 2016 e 2020, os mesmos movimentaram valores da ordem de R$ 379.401.538,36 (trezentos e setenta e nove milhões de reais, quatrocentos e um mil e quinhentos e trinto e oito reais e trinta e seis centavos).

Empresas de fachadas

Dos valores obtidos pelos investigados, pelo menos R$ 19.989,079,50 (dezenove milhões, novecentos e oitenta e nove mil, setenta e nove reais e cinquenta centavos), tiveram origem no Fundo Constitucional de Desenvolvimento ao Nordeste, que disponibiliza recursos para o desenvolvimento do Nordeste, por meio da concessão de créditos às micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais.

Com os trabalhos de investigação, iniciados ainda no mês de março de 2019, a Polícia Federal constatou que o gerente, já denunciado pelo Ministério Público Federal,, continuava a praticar os mesmos crimes, junto a outra instituição financeira, a agência do Banco Itaú localizada no município de Santa Cruz do Capibaribe.

Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), apontaram que após o término das duas primeiras fases da investigação, entre outubro de 2019 e abril de 2020, o suspeito fez movimentação de R$ 4.012.208,00 (quatro milhões, duzentos e oito mil) por meio do funcionamento de valores entre contas de sua titularidade e novas empresas de fachada para dissimular a origem ilícita dos recursos.

Mesmo diante dos mandados e da prisão do ex-gerente, as investigações continuam em curso para apurar a participação de terceiros nos crimes já identificados, além da prática de outros crimes. De acordo com a Polícia Federal, já é possível afirmar que há elementos substanciais que denotam a existência de mais crimes de lavagem de dinheiro, crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e desvios de recursos públicos.                                

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