Após o Grupo de Astronomia de Pernambuco analisar imagens do clarão seguido de forte barulho vindo do céu, que intrigou moradores do Sertão do Estado na noite dessa quarta-feira (15), concluiu-se que o fenômeno foi um meteoro do tipo bólido, que tem aproximadamente o tamanho de um melão e é extremamente brilhante, e não um fireball, como os pesquisadores haviam suspeitado inicialmente.
De acordo com o astrônomo James Solon, do Grupo de Astronomia de Pernambuco, o bólido provoca uma claridade muito maior do que um meteoro fireball, além de vibrações. "Quando os estampidos sônicos se rompem na atmosfera onde o bólido já está terminando a passagem, são causadas vibrações, então as pessoas sentem a terra tremer e objetos, como as telhas das casas, por exemplo", explicou.
Mesmo causando um grande ruído, a queda de um bólido, segundo o astrônomo, dificilmente traz risco. "O objeto cai fragmentado, por isso, se cair perto de residências pode causar buracos no chão, causar danos em veículos, mas é muito difícil de acontecer. A probabilidade de ganhar na loteria é maior", garantiu.
De acordo com a Rede Brasileira de Observação de Meteoros, o bólido foi visto, além de Pernambuco, nos estados da Paraíba, Ceará e Bahia.
Trajetória
O Grupo de Astronomia de Pernambuco irá continuar estudando as imagens para entender a trajetória do meteoro. De acordo com James, pelo que os pesquisadores já observaram, é possível que o objeto tenha caído no sul do município de Arcoverde. Caso os astrônomos encontrem fragmentos do objeto, será a primeira vez na na história do Estado, segundo James.
Por volta de um mês, fragmentos de um meteoro do tipo bólido foram encontrado em Tóquio, no Japão.
Veja a repercussão nas redes sociais:
O que mais se comenta por aqui é que seria algo parecido com um meteoro. O possível local da queda (Povoado da Caroalina, em Sertânia) fica a 40 km da Custódia. Nada oficial ainda. pic.twitter.com/9lhCKixe2D
— Amós Rodrigues de Melo (@amosrm) July 16, 2020
Gente, o que foi que aconteceu em Custódia??? Meteoro??? #custodia
— Emanuela =) (@Emanuelapn12) July 16, 2020
Que ano é esse??? Teve até alguma coisa caindo do céu de custódia.
— Mila Rodrigues (@milagram081) July 16, 2020
Em iguaracy tbm escutaram, Senhoooor é o fim dos tempos
— Samara ???? (@msamaralexandre) July 15, 2020
Do nada uma explosão em Iguaraci, o iguaraciense não tem um dia de paz
— rebeca (@rebecafbf) July 15, 2020
atençao sinal luminoso caiu em sertania em breve sertania aparecerá no jn
— Maria Elisa (@psmariaelisa) July 16, 2020
Caramba, eu vi na hora que caiu o meteoro ou meteorito para o lado de Sertania e Custódia. Na hora que vi sabia que tinha sido muito perto daqui.
— Bernardo Lopes (@bernardolaac) July 16, 2020
Em meio à confusão do que teria acontecido, imagens de uma queda de avião que na verdade ocorreu no Ceará, no dia 15 de maio deste ano, chegaram a se espalhar como se o acidente fosse em Sertânia.
Meteoro fireball observado em Pernambuco em 2014
O astrônomo presidente da Sociedade Astronômica do Recife (SAR), Everaldo Faustini, explicou que o fenômeno visto foi um bólido, um grande meteoro, provavelmente da constelação de Orion, que atravessou a atmosfera em alta velocidade e entrou em combustão se transformando em uma bola de fogo. "Chuva de meteoros é algo bastante comum nos céus, mas não com o brilho intenso como ocorreu", disse
Na época, a Sociedade Astronômica do Recife fez um post no Facebook pedindo informações a quem porventura tivesse testemunhado a passagem de um "bólido" (fireball/bola de fogo) no céu. Pessoas confirmaram em Boa Viagem, Candeias, Cordeiro, Abreu e Lima, Pau Amarelo e no Centro do Recife."Uma bola flamejante desfragmentando enquanto descia rapidamente em direção ao solo. Um clarão que durou uns cinco segundos. Luz intensa vinda do objeto não identificado. Foi muito bonito", relatou um usuário identificado como Caio Aguiar.
O astrônomo James Solon disse que a queda de meteoros é um fenômeno que ocorre todos os dias, mas geralmente não com toda essa magnitude. Além disso, não é possível prever a intensidade do brilho. "As estrelas cadentes são, nada mais, que meteoros se desprendendo das constelações, ou se deslocando no espaço", explicou. O astrônomo afirma ainda que alguns meteoros podem chegar a até 10 metros, mas que aquele bólido deveria ter um tamanho pequeno.
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