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Música como remédio para alma: voluntários se apresentam para pacientes e médicos no Hospital da Mulher do Recife

Músicos fizeram médicos, enfermeiros, pessoas em tratamento contra a covid-19 e mães dançarem na unidade de saúde

Maria Lígia Barros
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Maria Lígia Barros
Publicado em 17/07/2020 às 12:15 | Atualizado em 17/07/2020 às 13:08
DIVULGAÇÃO/ HMR
Profissionais de saúde e pacientes dançam na enfermaria destinada ao tratamento da covid-19 - FOTO: DIVULGAÇÃO/ HMR

Uma ação voluntária no Hospital da Mulher do Recife, no Cordeiro, Zona Oeste da capital, mostrou o poder da música como alívio para a alma. Médicos, enfermeiros, pessoas em tratamento contra a covid-19 e mães com recém-nascidos nos braços dançavam pelas enfermarias da unidade de saúde na manhã desta sexta-feira (17), quando um grupo de músicos de forró se apresentou.

A comitiva formada pelo cantor e sanfonista Luizinho da Serra, o triangulista Bruno Flor de Lótus, o zabumbeiro Guilherme Conolly e o violonista Gabriel Gouveia doaram sua música como forma de motivar os pacientes e homenagear os profissionais de saúde. O quarteto percorreu os setores do hospital, incluindo os reservados a pacientes do novo coronavírus - seguindo as medidas de distanciamento necessárias. Além de oferecer os serviços de obstetrícia e ginecologia, o equipamento municipal foi um dos que receberam leitos voltados para o tratamento da doença.

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A visita tocou a autônoma Mayara Gimenez da Silva, 30, internada na unidade desde a última terça-feira (14). Com um caso de gravidez ectópica (fora do útero), a paciente está se preparando para fazer uma cirurgia delicada. “Estou mal psicologicamente porque a gravidez não evoluiu. Você chega aqui já triste, e, quando eles entraram aqui, as pessoa já esqueceu tudo que está passando. Já volta a alegria no coração, a lembrança do aconchego”, relatou.

O músico Guilherme confirma que, quando se trata do voluntariado, a máxima é verdadeira: dar pode ser até melhor que receber. “Foi uma troca positiva: quando tocava forró, as pessoas dançavam, tocava gospel, as pessoas choraram. Sabe aquela troca de energia que o músico gosta de ter? Então, na verdade, quem ganhou mais foi a gente. Quando a gente sai de lá, a gente sai aliviado. Parece que purificou a alma", revelou.

DIVULGAÇÃO/ HMR
Pacientes e profissionais de saúde dançam no HMR com apresentação de músicos - DIVULGAÇÃO/ HMR
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Pacientes e profissionais de saúde dançam no HMR com apresentação de músicos - DIVULGAÇÃO/ HMR
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Pacientes e profissionais de saúde dançam no HMR com apresentação de músicos - DIVULGAÇÃO/ HMR
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Pacientes e profissionais de saúde dançam no HMR com apresentação de músicos - DIVULGAÇÃO/ HMR
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Pacientes e profissionais de saúde dançam no HMR com apresentação de músicos - DIVULGAÇÃO/ HMR

A ação marcou o fim da campanha “Doe o que Não Cabe em uma Caixa”, promovida pelo HMR. Ao longo de todo mês de junho, cerca de dez músicos se engajaram para levar alegria e descontração para os pacientes e colaboradores.

Guilherme foi o organizador dos grupos que se apresentaram nas últimas semanas. "Essa foi a quarta vez. Os músicos estão parados nesse momento, então toda semana a gente montou equipes diferentes para fazer o evento", explicou.

"Esse foi um ciclo de um momento do hospital, dessa parte mais pesada da covid-19. A gente ia até às portas das enfermarias e os senhorzinhos e as senhorinhas iam para a porta escutar, mesmo debilitados. Sabe aquela forma de transmitir esperança? Foi muito bom", pontuou o artista.

Segundo a diretora do hospital, Isabela Coutinho, essa foi uma maneira de amenizar o sofrimento em meio à pandemia que afeta o Estado há aproximadamente quatro meses.

“Nessa situação, os pacientes de coronavírus não podem receber acompanhantes, ficam internados sozinhos. Quando a gente entrava nos setores, percebia muita tristeza no olhar deles, muita desolação. Como temos a filosofia da humanização, a gente não podia deixar isso acontecer no nosso hospital”, detalhou a médica.

A partir desta realização, a diretoria idealizou a iniciativa junto à influenciadora digital Bella Alves. “Queríamos fazer uma ação que trouxesse vida, luz e perspectiva para essas pessoas. No início, a gente recebia muitos materiais como luvas, aventais, mas o que a gente estava precisando nesse momento era a doação de outras coisas”, disse.

Com a música, poderiam chegar às UTIs onde o acesso é restrito. “Bastavam as pessoas ouvirem que tinha gente cantando, gente se doando para elas, e trazendo todas as sensações tudo que a música pode trazer”.

Isabela contou que a equipe encerra a campanha com a sensação de dever cumprido. “Cada ação que a gente faz, a gente percebe que está no caminho certo. Percebe que a gente precisa de mais pessoas perto da gente. A gente precisa mobilizar a sociedade civil, que foi tão marcante nessa campanha”, afirmou.

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