CHACINA

Chacina em Ipojuca pode ter relação com disputa territorial para tráfico de drogas, diz delegado

Três pessoas foram mortas em uma praça na comunidade de Rurópolis e outras duas em uma residência na entrada de Ipojuca

Carolina Fonsêca
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Carolina Fonsêca
Publicado em 10/08/2020 às 16:29 | Atualizado em 10/08/2020 às 17:47
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
No local, o clima é de receio em relação à violência sofrida no último domingo (9) - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Com informações da repórter Suelen Brainer da TV Jornal 

A chacina que deixou cinco pessoas mortas e outras 12 feridas em Ipojuca, no Grande Recife, na noite do último domingo (9), pode ter sido motivada por disputa de território pelo tráfico de drogas, segundo a Divisão Metropolitana de Homicídios Sul. O crime aconteceu em dois lugares diferentes da cidade -  primeiro os criminosos abriram fogo em uma praça na comunidade de Rurópolis e, instantes depois, em uma casa localizada na entrada da cidade. 

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De acordo com o delegado Cláudio Neto, chefe da Divisão Metropolitana de Homicídios Sul, a primeira linha de investigação seguida pela polícia é a de disputa pelo território de Ipojuca. "Essa é a nossa primeira linha de investigação e talvez a mais correta", disse em entrevista ao programa Por Dentro com Cardinot, da TV Jornal, nesta segunda-feira (10). 

"É preciso ressaltar que o trabalho já vinha sendo feito com sucesso, tanto que, se compararmos o primeiro semestre (deste ano) com o primeiro semestre do ano passado, apresentamos redução. Não só no número de homicídios como também no número de Crimes Violentos Patrimoniais (CVP). Então, isso incomoda e todas as lideranças que vinham traficando aqui se encontram presas. Não só pelo trabalho que vem sendo feito pelo distrito como também pela Delegacia de Homicídios e isso certamente tem relação com o que aconteceu ontem (domingo, 9)", detalhou.

As pessoas da comunidade preferem não falar sobre o ocorrido. Em alguns muros de construções do local, é possível encontrar pichações das iniciais "CV", o que pode significar Comando Vermelho, uma facção criminosa fundada no Rio de Janeiro. "Temos na localidade, identificadas, pelo menos duas facções criminosas. Mas como eu disse, as investigações começaram agora pela manhã e fica muito difícil nós nos aprofundarmos com relação às informações pois corremos o risco do insucesso do resultado. Nesse momento, o que nós podemos falar é isso, mas que a população fique tranquila porque certamente a resposta será dada", acrescentou Cláudio Neto. 

A Polícia Civil segue tentando traçar a dinâmica do crime e, por este motivo, ainda não confirma que os assassinatos ocorridos na comunidade Rurópolis têm relação com as mortes em uma residência na entrada de Ipojuca. A expectativa é ter estas respostas no decorrer da semana. As vítimas estão sendo identificadas e um trabalho para relacionar se elas possuem alguma passagem pelo sistema prisional também está sendo feito.

Cinco mortos e 12 feridos 

Na noite do último domingo (9), Dia dos Pais, cerca de 60 moradores de Ipojuca terminavam o dia em uma praça do local. Foi quando, por volta das 23h30, os assassinos chegaram em dois veículos e desceram ordenando que ninguém corresse. Entretanto, houve desespero, as pessoas correram e eles atiraram.

Júlio César de Paula, Cinthia Maria de Souza e outra mulher, inicialmente identificada como Maria Barbosa da Silva, foram atingidos e morreram - outras 12 pessoas ficaram feridas, entre elas uma criança de 11 anos.

As primeiras informações também dão conta que, durante a fuga, os mesmos criminosos pararam os carros e executaram mais dois homens, que estavam sem documentos, mas foram identificados como Rinaldo Martins de Santa e Fernando José de Lima.

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