Com informações da TV Jornal
A extensão do funcionamento do Metrô do Recife (Metrôrec), desde a manhã desta segunda-feira (24), não aliviou os problemas que os usuários do equipamento enfrentam. Depois de ter a operação reduzida em razão da coronavírus, para das 5h30 às 9h30 e 15h30 às 21h, os trens tornaram a circular das 5h às 23h, com quase 50 viagens diárias a mais nas duas linhas. A primeira manhã de volta ao horário regular foi marcada por defeitos técnicos e pela superlotação - questão que preocupa ainda mais com a ameaça invisível da covid-19.
Na Estação de Joana Bezerra, na área central da capital pernambucana, uma escada rolante quebrou, tumultuando ainda mais o desembarque. O espaço ficou apertado para tantos passageiros, que precisaram se espremer para descer e subir os degraus.
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Os usuários se sentem inseguros com a situação. "Não tem como não ter aglomeração. A gente está sofrendo, é difícil", comentou a empregada doméstica Miriam Venâncio. “Absurdo, a gente fica esperando para ver se resolve, e nada", pontuou o montador de móveis Josiel Leite.
A administração falou que o motivo da falha foi um ato de vandalismo. Além da depredação da escada, o metrô ainda teve 30 metros de cabos da rede elétrica roubados durante a madrugada, entre as estações Santa Luzia e Mangueira, segundo a gestão.
“A gente está trabalhando com índice de quebra de escada rolante de elevadores acima de 95%. A gente teve essa escada rolante que foi quebrada na sexta (14), mas a peça dela tem que ser importada. A gente já fez a solicitação, até sexta feira (28) ela vai estar funcionando”, disse.
“Quanto ao roubo de cabo, já é a 45ª ocorrência de roubo de cabo na cidade. Temos feito a denúncia e encaminhamos à Polícia Federal. Temos que resolver o problema de quem recebe esses cabos roubados", afirmou o gerente de Comunicação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Recife, Salvino Gomes, em entrevista à TV Jornal.
Sobre as aglomerações, o representante pediu paciência da população na hora do desembarque. Agora, o fluxo é de 170 mil pessoas nas linhas Centro e Sul - ainda abaixo das 400 mil que circulavam antes da pandemia. “Os trens têm intervalo de dez minutos. Mas infelizmente jogam mil pessoas na plataforma todo mundo quer sair ao mesmo tempo”, respondeu.
Gomes citou que o quadro de fiscalização está reduzido, e que o metrô tem adotado avisos sonoros para reforçar o uso da máscara e o distanciamento social. “A gente precisa da parceria do passageiro. Ele precisa entender que nesse momento precisa se distanciar”, pediu. “Também estamos tentando junto com outros órgãos do Estado e do País a flexibilização do horário. Porque se todo mundo pegar às 7h da manhã, infelizmente todo mundo vai estar no metrô no mesmo momento, e vai ter aglomeração.”
Ele ainda acrescentou que a operadora está higienizando os vagões. “Todos os corrimãos são limpos. Temos limpeza a noite e quando os trens saem depois do horário de pico - entre 5h3 e 8h30. Os trens vão para a oficina, na área lateral da estação e fazem uma limpeza mais profunda com lavagem externa e interna das composições.”
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