Pernambuco confirmou, nesta quinta-feira (27), 1.069 casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, conforme boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Além disso, também foram confirmados laboratorialmente 20 óbitos em decorrência da covid-19, que ocorreram desde o dia 7 de julho. Com os novos dados, o Estado agora contabiliza 122.147 casos da doença, desde o início da pandemia, com 7.480 pessoas que perderam a vida.
Dos casos confirmados nesta quinta, 52 (5%) foram diagnosticados como graves, que desenvolveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.017 (95%) como leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que estavam na fase final da doença ou já curados. Já com relação ao número total de casos, 25.349 foram considerados graves e 96.798 leves.
Das mortes confirmadas nas últimas 24 horas, nove (45%) ocorreram nos últimos três dias, sendo dois óbitos registrados nessa quarta (26), seis na terça (25) e uma na última segunda-feira (24). Os outros 11 registros (55%) ocorreram entre os dias 07 de julho e 23 de agosto. Os detalhes epidemiológicos serão repassados pela SES-PE ao longo do dia.
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Pernambuco está sem remédio para síndrome rara associada à covid-19 em crianças
Pernambuco está sem estoque de imunoglobulina humana, um medicamento indicado no tratamento de várias doenças e que tem sido usado também em casos de também indicado em casos de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, associada à covid-19. O desabastecimento, que ocorre também em outros Estados, tem preocupado os médicos, que cobram do governo a garantia do uso da imunoglobulina de forma precoce, assim que a síndrome for detectada. Na terça-feira (25), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou a primeira morte de uma menina, de 11 anos, que não resistiu às complicações dessa condição, que oficialmente já afetou nove crianças em Pernambuco. Médicos e demais profissionais de saúde que estão na linha de frente do enfrentamento à covid-19 asseguram que esse número é subestimado, visto que os casos só passaram a ser notificados no início deste mês.
"Estamos falando sobre uma síndrome rara, mas não tão rara como se imagina. Hoje são nove casos detectados no Estado, mas provavelmente o número é maior. A questão é que essa condição é muito tratável. Mas, para isso, precisamos ter disponível a imunoglobulina", diz o vice-presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe), Eduardo Jorge da Fonseca Lima. Ele destaca que a imunoglobulina humana, um medicamento de alto custo, é o que faz o diferencial no tratamento da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica. "Mas tem sido uma dificuldade conseguir a medicação."
Em nota à reportagem do JC, a SES informou que a obrigatoriedade do fornecimento da imunoglobulina humana é do Ministério da Saúde (MS) e que, desde 2018, o envio do medicamento está irregular pelo órgão federal. "Já há, inclusive, uma ação judicial que obriga o MS a fornecer o produto ao Estado. Algumas unidades de referência de Pernambuco ainda contam com estoque do insumo, mas a diretoria de Assistência Farmacêutica não possui reserva do produto", confirma a secretaria. Diante da impossibilidade de compra da imunoglobulina humana pelos Estados, a SES frisou que, junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) já tem cobrado uma resposta efetiva do MS sobre o desabastecimento. A reportagem entrou em contato com o ministério para saber como estão os estoques atuais de imunoglobulina, mas ainda não recebeu retorno.
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