Ao longo de seis meses, o governo do Estado e a Prefeitura do Recife firmaram convênio para abrir novas vagas de terapia intensiva dedicadas a pacientes com sintomas e confirmação de covid-19. Nesse período, foram abertos mais de dois mil leitos - entre eles, pouco mais de 900 são de UTI. A taxa de ocupação dessas vagas, que já chegou ao limite, permaneceu dias em zona de criticidade. Além disso, a fila de espera por uma dessas vagas chegou a ter 300 pacientes. O ritmo de internações diminuiu e atualmente a ocupação está em 71%, mas isso não deve dar à população sensação de segurança para afrouxar as medidas de proteção contra o novo coronavírus. Há regiões do interior do Estado, inclusive, em que a curva ainda precisa baixar - e justamente nessas localidades ainda é baixa a oferta de vagas.
Outro detalhe importante sobre a assistência hospitalar está relacionado à oferta de leitos de UTI para a faixa etária pediátrica, até 14 anos. Em todo o Estado, são só 37 leitos de terapia intensiva voltados à faixa etária neonatal e pediátrica que apresenta um quadro de síndrome respiratória aguda grave (srag) - condição que pode ser causada pela infecção pelo novo coronavírus ou outros vírus. Os 37 leitos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), estão no Recife: Hospital Barão de Lucena (10 pediátricos), Correia Picanço (5 pediátricos), Hospital Universitário Oswaldo Cruz (2 pediátricos) e Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (20 neonatais). Ou seja, fora da capital pernambucana, não há vagas de UTI para bebês, crianças e adolescentes. No fim do último mês, o secretário André Longo informou que está em contato com serviços de referência para abrir novos leitos pediátricos e, dessa maneira, o Estado ter reserva de vagas à medida em que se possa decidir pela retomada das atividades escolares. Para ele, é importante ter uma taxa de ocupação que permita ter uma reserva para o momento de retomada da rotina nas escolas.
CAPITAL
Já no Recife, que construiu sete hospitais de campanha, foram desativadas cinco dessas unidades, devido à queda de casos, óbitos e demanda por leitos há quatro meses, segundo dados da prefeitura. Ao todo, já foram desativados 677 leitos municipais, restando 351 leitos em funcionamento. Atualmente, a cidade conta com 167 vagas de terapia intensiva (UTI), e 82 delas estão ocupadas, oferecendo assistência também a moradores de outros municípios. Além disso, o Recife tem 184 leitos de enfermaria, e 50% estão com pacientes em acompanhamento. Após a desativação do Hospital Provisório 3, o único de campanha que permanecerá funcionando completamente será o que fica na Rua da Aurora, em Santo Amaro, área central do Recife.
Ainda na capital, o Samu Metropolitano do Recife tornou-se a porta de entrada para pacientes com sintomas respiratórios, bem como o responsável pelo transporte entre as unidades que fazem o primeiro atendimento. Do fim de fevereiro até a sexta-feira (11), o Samu registrou quase 10,4 mil chamados por causas respiratórias, que geraram cerca de cinco mil atendimentos a pessoas com suspeita da infecção. De maio para agosto, o envio de ambulâncias para atendimento a casos suspeitos de covid caiu mais de 70%.
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