A segunda-feira chega com muita expectativa em Pernambuco. Pais, alunos, professores, funcionários e donos de escolas estão ansiosos para saber qual será a decisão do governo de Pernambuco sobre a retomada gradual das aulas presenciais da educação básica no Estado, tanto da rede privada quanto da pública. O governo estadual prometeu um posicionamento decisivo nesta segunda, já que o decreto que proíbe as aulas nas unidades devido à pandemia da covid-19 - editado pela primeira vez no dia 18 de março - expira na terça-feira (15/9).
- Longe da escola, crianças e adolescentes estão mais ansiosos e sem paciência com ensino remoto
- Médicos pernambucanos defendem que não é hora ainda de voltar às aulas nas escolas
- Governo de Pernambuco autoriza aulas em Noronha e deixa para dia 14 o anúncio sobre o resto do Estado
- Donos de escolas de Pernambuco esperam que calendário de retorno gradual das aulas saia segunda
- Justiça suspende retorno das aulas presenciais no Rio de Janeiro
- Enquanto rede privada quer reabrir escolas, representantes de escolas públicas discordam com receio da covid-19
A expectativa, entretanto, pode ser mais uma vez frustrada, como vem acontecendo nos últimos meses e se repetiu na quinta-feira (10/9), quando o Estado anunciou apenas a liberação gradual das aulas no Arquipélago de Fernando de Noronha, a partir de 22 de setembro. Vale ressaltar que a ilha só tem uma escola e uma creche, ambas vinculadas à rede estadual, somando 619 alunos. Foi nessa coletiva de imprensa que o governo disse que deverá se pronunciar em relação à suspensão ou manutenção da proibição de aulas presenciais na educação básica em Pernambuco. Entre as possibilidades, uma nova prorrogação do decreto.
Esperamos, com otimismo, que seja apresentado um cronograma de retorno das aulas presenciais, com volta gradativa, como foi sugeridoJosé Ricardo Diniz, presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Estado
Mesmo assim e após muitas semanas de pressão - inclusive com protesto físico em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual -, donos de escolas esperam que o calendário de retorno gradual das aulas seja anunciado nesta segunda. “Esperamos, com otimismo, que seja apresentado um cronograma de retorno das aulas presenciais, com volta gradativa, como foi sugerido”, diz o presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Estado, José Ricardo Diniz.
Na semana passada, representantes da rede privada realizaram um protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas para cobrar um posicionamento sobre as datas de retomada. Horas depois, o governador Paulo Câmara gravou um vídeo defendendo que o momento ainda não era para reabrir as unidades de ensino. Toda a educação básica no Estado reúne cerca de 2,3 milhões de estudantes, em colégios públicos e privados.
CONTRA A REABERTURA
Apesar de a expectativa da rede privada ser grande em relação à retomada gradual, a rede pública aposta na prorrogação da proibição por enquanto. A volta das aulas presenciais é vista com cautela. Um dos argumentos do setor público é a falta de estrutura adequada nos colégios, principalmente os da rede municipal. Dos 2,1 milhões de estudantes no ensino básico, mais da metade, 1,1 milhão, está matriculada em estabelecimentos municipais. Outros 575 mil na rede estadual e 400 mil nas escolas particulares.
O retorno é uma incógnita. São muitos aspectos que devem ser considerados. A transmissão do vírus ainda não foi controlada. A falta de testagem em massa é outro complicador, assim como a grande quantidade de profissionais da educação com comorbidadesNatanael Silva, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) em Pernambuco
Para o presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) em Pernambuco e secretário de Educação de Belém de Maria (Sertão do Estado), Natanael Silva, o momento não é de voltar com o ensino presencial. "Em períodos normais muitas redes não têm condições adequadas de infraestrutura e transporte dos alunos. Imagine nesse momento de pandemia", ressaltou Natanael. "O retorno é uma incógnita. São muitos aspectos que devem ser considerados. A transmissão do vírus ainda não foi controlada. A falta de testagem em massa é outro complicador, assim como a grande quantidade de profissionais da educação com comorbidades", observa o presidente da Undime.
ESTRATÉGIA
A estratégia do governo de Pernambuco é usar a retomada das aulas em Fernando de Noronha como teste para o restante do Estado, o que significaria prorrogar o decreto proibitivo mais uma vez. E essa estratégia ficou clara nas palavras do secretário de Educação de Pernambuco, Fred Amancio. "O retorno das aulas presenciais na ilha será acompanhado com especial atenção, pois nos ajudará a compreender ainda mais o processo", disse Fred Amancio. "Liberamos as aulas presenciais em Noronha porque verificamos que não há transmissão comunitária na ilha desde abril”, explicou. A intenção do governo é verificar se os protocolos serão cumpridos por todos.
MAIS REABERTURA
Nesta segunda (14/9) também está prevista a retomada de algumas atividades dentro da evolução do Plano de Convivência com a Covid-19, criado pelo governo de Pernambuco. As regiões de Arcoverde, Salgueiro e Serra Talhada, no Sertão do Estado, avançam para a etapa 7 e, assim, poderão retomar os serviços de alimentação e os shoppings centers poderão estender o horário de funcionamento até às 22h.
Já a Macrorregião 2 , região de Caruaru, avançará para a etapa 8. Serão liberados os serviços de escritório (com 100% da mão de obra) e poderão ser reabertos os museus e espaços de exposição. Mas as localidades próximas a Garanhuns (5ª Geres) permanecem na mesma etapa. A Macrorregião 1, que inclui o Recife, a Região Metropolitana e a Zona da Mata, já havia avançado para a etapa 8 e permanecerá nela por enquanto. As demais regiões do Estado também permanecerão na situação atual.
Citação
Esperamos, com otimismo, que seja apresentado um cronograma de retorno das aulas presenciais, com volta gradativa, como foi sugerido
José Ricardo Diniz, presidente do Sindicato das Escolas Particulares do EstadoCitação
O retorno é uma incógnita. São muitos aspectos que devem ser considerados. A transmissão do vírus ainda não foi controlada. A falta de testagem em massa é outro complicador, assim como a grande quantidade d
Natanael Silva, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) em Pernambuco
Comentários