O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, afirmou, na manhã desta segunda-feira (27), em entrevista à Rádio Jornal, que atualmente a função de cobrador não se faz mais necessária. A fala veio em resposta ao protesto realizado por rodoviários pouco antes. Como justificativa, Bandeira disse que “na grande maioria das capitais brasileiras, não há necessidade mais do cobrador” e concluiu: "no mundo todo é assim".
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Durante mais de quatro horas, rodoviários realizaram um protesto no cruzamento entre a Rua do Sol e a Avenida Guararapes, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife. O ato aconteceu quatro dias após uma rodada de negociações por reajuste salarial com a Urbana-PE, que aconteceu no dia 17 de setembro. Nesta segunda, motoristas e cobradores estacionaram os ônibus para fazer uma manifestação contra a dupla função, que ocorre quando os condutores dos coletivos têm que dirigir e cobrar a passagem.
“A grande maioria das capitais brasileiras não há necessidade mais do cobrador. Vamos aproveitar ele em outras funções, como fiscal, para ser motorista, para ser escriturário. É isso que estamos fazendo”, garantiu o presidente da Urbana-PE.
Fernando ainda argumentou que a população ganhará com a saída dos cobradores, pois, vai impactar na redução do custo. "O cobrador quando está trabalhando tem um custo. Vai tirar esse custo da tabela tarifária. Esse é o ganho. Hoje você tem toda uma bilhetagem que não mais necessidade do cobrador (...) Você não pode impedir a modernidade. Vai manter o cobrador sendo tudo eletrônico? Não há coerência. No mundo todo é assim: sem cobrador", comentou.
Já são 267 linhas de ônibus operando sem o cobrador na Região Metropolitana do Recife. Antes da pandemia, quando a retirada dos profissionais tinha sido retomada após liberação do governo, o processo já estava em execução. As linhas tinham que ter baixo número de pagamento em dinheiro por viagem. A maior parte delas, inclusive, tinha uma média de zero a sete passageiros pagantes em dinheiro. Em outras, essa demanda oscilava entre oito e 11 passageiros pagantes em espécie. Mesmo assim, o sistema já acumulava 205 das 399 linhas sem o profissional, apontou levantamento da coluna Mobilidade do JC.
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