A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta sexta-feira (9), uma operação que investiga a atividade de doleiros que atuam no Recife, em outras capitais do Brasil e na Flórida, nos Estados Unidos. Batizada de “Operação Amphis”, a ação conta com a participação de 60 policias e apura suspeitas dos crimes de evasão de divisas, manutenção de instituição financeira clandestina, falsidade documental, descaminho e lavagem de dinheiro.
Segundo estimativas da PF, somente no Brasil, o grupo movimentou mais de R$ 200 milhões nos últimos dez anos, por meio da abertura de contas bancárias com documentos falsos ou em nome de empresas “fantasmas”.
Veja imagens da operação:
A “Amphis” cumpriu 13 mandados de busca e apreensão na capital pernambucana e em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana. Além disso, foi decretado pela Justiça Federal de Pernambuco o sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas dos investigados e de empresas “fantasmas”.
Além do Recife e Jaboatão, a ação ocorre também nos municípios de Goiânia, em Goiás, São Paulo, Fortaleza, no Ceará, e Rio de Janeiro.
Em Pernambuco, os alvos das medidas são três doleiros do Recife, pessoas que os auxiliavam nas atividades criminosas, além de indivíduos que se valeram de serviços ilícitos promovidos pelos mesmos, consistentes na remessa clandestina de divisas ao exterior. A PF não divulgou a identidade dos investigados.
"Eles tinham contatos nos EUA que faziam as transações bancárias na América do Norte, de modo a tentar burlar o sistema financeiro nacional", explicou o delegado Daniel Silvestre, responsável pelas investigações, que não descartou a deflagração de novas fases da operação.
Na operação, os policiais federais estão colhendo documentos e arquivos digitais que serão analisados pela equipe de investigação da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da PF em Pernambuco. Se condenados, os investigados podem pegar penas que, somadas, chegam a 29 anos de prisão.
Amphi
O nome da operação deriva do prefixo “Amphi”, de origem grega, que significa os dois lados. O termo é utilizado na Biologia para nomear cientificamente algumas espécies de animais. Foi utilizado em função dos principais alvos terem, cada um, pelo menos duas identidades (algumas falsas) e ainda por atuarem tanto Brasil, quanto nos EUA.
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