ZIKA VÍRUS

Recife lança guia de apoio para acompanhamento de casos de microcefalia pela atenção primária

Na época da epidemia, foi atestada a relação entre o vírus e a microcefalia em bebês nascidos neste período

JC
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Publicado em 13/10/2020 às 19:06 | Atualizado em 13/10/2020 às 19:13
IKAMAHÃ/SESAU PCR
Entre 2015 e 2016, o Recife foi o epicentro da epidemia da síndrome congênita do zika vírus. - FOTO: IKAMAHÃ/SESAU PCR

Os profissionais da Atenção Básica à Saúde do Recife passaram a contar, a partir desta terça-feira (13), com um guia de apoio para acompanhamento de casos da síndrome congênita do zika vírus. O documento de 135 páginas tem orientações e protocolos específicos a serem aplicados no atendimento e acompanhamento desses casos. 

Entre 2015 e 2016, o Recife foi o epicentro da epidemia da síndrome. Na mesma época, foi atestada a relação entre o vírus e a microcefalia em bebês nascidos neste período. 

O material foi produzido por meio de uma parceria da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) com a Fundação Altino Ventura (FAV) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), consolidando tudo que foi vivenciado e comprovado cientificamente nos últimos cinco anos, após a epidemia, quando aumentaram as ocorrências de microcefalia e outras complicações neurológicas em recém-nascidos de mães que se infectaram pelo vírus durante a gravidez.

Também contribuíram para a elaboração cerca de 50 profissionais de saúde, tanto da atenção primária quanto da especializada, além de mães e outros familiares de crianças com a síndrome que também foram ouvidos durante o processo de criação do documento. 

O lançamento foi realizado nesta terça, durante a cerimônia de 34 anos da FAV, em solenidade no auditório do Centro Especializado em Reabilitação IV, na Iputinga. O objetivo do guia, segundo a diretoria de Atenção Básica à Saúde do Recife, é embasar o profissional da atenção primária sobre como proceder em vários aspectos, uma vez que está mais próximo da criança. 

“Essa escuta foi fundamental para a produção do conteúdo. Sabemos que as mães e as famílias sofreram muita discriminação, mas não desanimaram. Com apoio psicológico e social, somados aos estímulos em casa, o desenvolvimento dessas crianças superou todas as expectativas da ciência”, disse a vice-presidente da FAV, Liana Ventura.

“Quando surgiram os primeiros casos, em 2015, víamos que era uma patologia completamente nova e que exigia acompanhamento integral do crescimento dessas crianças. A síndrome não causa somente a microcefalia, mas também retardo no desenvolvimento cognitivo, alterações na visão e na audição. E o guia consolida todo esse entendimento”, explicou a diretora de Atenção Básica à Saúde do Recife, Ana Sofia Costa, que também é médica de Saúde da Família.

O material está disponível no site da FAV . “Estamos seguros de que o guia irá ajudar muito na superação dos desafios impostos pela síndrome, pois aposta na identificação para mudar o curso da doença e orienta ações para ampliação da qualidade de vida e integração das pessoas com a síndrome na sociedade”, pontuou a representante da OPAS no Brasil, Lely Guzman.

 

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