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Bactéria pode ter agravado surto de microcefalia no País, diz estudo com participação da UFRPE

Casos de microcefalia aumentaram a partir de 2015

Agência Estado
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Publicado em 03/09/2019 às 7:41
Foto: Fernando da Hora/Acervo JC Imagem
Casos de microcefalia aumentaram a partir de 2015 - FOTO: Foto: Fernando da Hora/Acervo JC Imagem
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Estudo realizado por brasileiros indica que o vírus da zika pode não ter sido o único causador dos severos casos de microcefalia no País partir de 2015. Cientistas demonstraram que más-formações congênitas, observadas sobretudo no Nordeste, podem ter sido agravadas por bactéria presente na água.

A pesquisa, realizada pelo Instituto D'Or (IDOR), Fiocruz e pelas Universidades Federais do Rio de Janeiro e Rural de Pernambuco (UFRJ e UFRPE), demonstrou que a saxitoxina (STX), toxina liberada por bactéria encontrada em reservatórios de água, é capaz de acelerar a morte de células neuronais também expostas à infecção pelo zika. O fenômeno foi observado pelos pesquisadores em experimentos realizados em camundongas grávidas e em minicérebros humanos. Em ambos os casos, a presença de STX associada ao zika acelerou em mais de duas vezes a destruição de células do cérebro.

Na mesma pesquisa, os cientistas também descobriram que a prevalência da cianobactéria Raphidiopsis raciborskii e da toxina produzida por ela era significativamente maior nos reservatórios de água do Nordeste do que em outras regiões. O achado ajudaria a explicar por que Estados nordestinos foram os mais afetados. Do total de casos de síndrome congênita de zika no País, de 2015 a 2018, 63% foram no Nordeste.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

Um dos financiadores do estudo, o Ministério da Saúde afirmou que ainda não se pode dizer que a relação entre toxina, zika e microcefalia observada nos camundongos tenha efeito em humanos, mas destacou que "os achados científicos são importantes para a próxima fase do estudo, que irá avaliar essa correlação com a água". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Casa Saudável

O Jornal do Commercio trouxe, em 2018, uma série de reportagens 'Zica em 1000 dias' que marcou a gestação e os dois primeiros anos de vida das crianças afetadas pela síndrome, mostrando como as pesquisas têm avançado para dar respostas a dúvidas sobre o vírus e seus anos futuros. 

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