MEIO AMBIENTE

Comerciantes recebem multa de quase R$ 4 milhões por tráfico e maus-tratos de aves silvestres em Pernambuco

Cerca de 150 aves foram encontradas com os homens que são reincidentes nos crimes

JC
Cadastrado por
JC
Publicado em 20/10/2020 às 13:18 | Atualizado em 20/10/2020 às 15:52
Divulgação/CPRH
As aves permanecerão no Centro de Animais Silvestres até estarem em condições de voltar à natureza - FOTO: Divulgação/CPRH

A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) aplicou uma multa de aproximadamente R$ 4 milhões a dois autônomos que realizavam o tráfico de aves silvestres em Pernambuco. A dupla foi flagrada na madrugada dessa segunda-feira (19), no município de Custódia, no Sertão do Moxotó, com quase 150 aves naturais da caatinga. Eles estavam transportando os animais do Piauí até a feira de Belo Jardim, no Agreste do Estado.

Mais de 100 papagaios-verdadeiros, a maioria filhotes, duas araras-maracanãs, sete graúnas e quatro periquitos-de-encontro-amarelo foram encontrados com os homens. A dupla foi multada por tráfico de animais silvestres e maus-tratos de animais e teve o veículo apreendido pela Polícia Civil da Delegacia de Custódia.

Com 43 e 23 anos, a dupla é residente do município de Caruaru, no Agreste. Essa não é a primeira vez em que eles são flagrados cometendo o crime. Segundo um levantamento da CPRH, a dupla já foi multada outras vezes por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-Ibama, inclusive no estado de Alagoas.

De acordo com o gerente da Unidade de Gestão de Fauna Silvestre da CPRH, Iran Vasconcelos, essa foi a maior apreensão de papagaios feita pela Agência, desde que o órgão assumiu a gestão da fauna silvestre em Pernambuco, em 2014. “Lamentável o estado dos animais, transportados de forma cruel. Elas estavam famintas e foi necessário alimentá-las, antes de trazê-las para o Centro de Triagem de Animais Silvestres, unidade da CPRH, localizada no Recife”, comentou Vasconcelos. 

Os animais chegaram no Centro de Animais Silvestres (Cetas-Tangara) durante a noite. Agora, as aves estão sob os cuidados da CPRH, até estarem em condições de voltar à natureza.

CRIME

A legislação brasileira estabelece que matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem permissão, licença ou autorização da autoridade competente é considerado crime. A pena varia entre multa e detenção de seis meses a um ano. A punição pode aumentar caso o crime seja praticado contra espécie rara ou ameaçada de extinção. Pessoas que compram ou mantém em cativeiro espécies da fauna silvestre podem sofrer a mesma punição.

Comentários

Últimas notícias