CRIME

Polícia mira grupo suspeito de aplicar golpes em beneficiários do auxílio emergencial no Sertão de Pernambuco

Desde abril de 2020, um funcionário de uma casa lotérica estaria cobrando indevidamente 10% dos valores do auxílio emergencial para que beneficiários não enfrentassem filas

JC
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Publicado em 07/12/2020 às 8:00 | Atualizado em 07/12/2020 às 9:03
DIVULGAÇÃO/PF
Na operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal da 20ª Vara de Pernambuco, todos no Sertão - FOTO: DIVULGAÇÃO/PF

Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, na última sexta-feira (4), por volta das 6h, a Operação Ágio Emergencial, com o intuito de desarticular possível grupo criminoso suspeito de aplicar golpes em beneficiários do auxílio emergencial — benefício pago pelo Governo Federal durante a pandemia da covid-19 — com atuação em Belém do São Francisco, no Sertão do Estado. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Segundo a corporação, os envolvidos começaram a ser intimados e serão indiciados pelo crime de corrupção ativa.

As investigações policiais indicaram que, desde abril de 2020, um funcionário de uma casa lotérica de 26 anos estaria cobrando indevidamente 10% dos valores do auxílio emergencial para que beneficiários de baixa renda, em situação de miserabilidade, não enfrentassem filas. Para fazer a entrega do dinheiro, ele marcava em local fora do estabelecimento.

De acordo com a PF, esse mesmo funcionário pagava para um motoboy de 43 anos a quantia de R$ 100 reais para que ele pudesse encontrar beneficiários interessados no saque do auxílio emergencial, coletar os cartões das vítimas e suas respectivas senhas. Após o saque, o mototaxista entregava a seus proprietários a quantia restante, depois de ter abatido o valor dos serviços ilícitos. Após ter a irregularidade descoberta pelo dono da lotérica, o suspeito passou a fazer os saques em outras agências bancárias de Salgueiro e Cabrobó.

Na residência do principal suspeito, foram encontrados e apreendidos um aparelho celular, um caderno com anotações dos saques, diversos comprovantes bancários de saques do auxilio emergencial e 27 cartões de benefício do Bolsa Família e do cidadão.

Pena

Os envolvidos vão responder pela prática que configura crime de corrupção passiva (crime pratica por funcionário contra a administração) prevista no artigo 317 do código penal e caso sejam condenados poderão pegar penas de até 12 anos de reclusão.

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