SAÚDE TODO DIA

Alimentos funcionais são os queridinhos da boa saúde

Além de nutrir o corpo humano, eles ajudam a prevenir doenças

JC
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Publicado em 23/12/2020 às 7:03 | Atualizado em 23/12/2020 às 10:36
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De acordo com o último relatório semestral do FMI, estima-se que o número de pessoas a passar fome no mundo seja de 62 milhões - FOTO: DAY SANTOS/JC IMAGEM

A função básica dos alimentos é nutrir, dotar o organismo dos elementos necessários para o seu funcionamento. Dentro deste time geral de substâncias que dominam as mesas, uma seleção especial vem ganhando espaço na dieta dos brasileiros: os funcionais. Assunto do dia nas redes sociais e consultórios de nutricionistas, eles têm fama merecida. Além de nutritivos, são aliados poderosos na prevenção de doenças.

No cenário atual, em que a pandemia traz à tona uma necessidade ainda maior de manter uma dieta variada e saudável para reforçar as defesas do organismo, os funcionais são elevados à categoria de artigo de primeira necessidade, ao lado do consumo de minerais e vitaminas.

"Alimento funcional é aquele que traz benefícios para o organismo além da função básica de nutrir. Eles são, por exemplo, substâncias que combatem doenças degenerativas, e ainda os alimentos anti-inflamatórios, que atuam sobre os processos inflamatórios do organismo, como os causados pela covid. Bons exemplos são o gengibre, a cúrcuma, a canela e o brócolis. A uva, pela presença de resveratrol, também vai trazer um benefício neste contexto de pandemia, quando é ainda mais importante fazer uso dos funcionais para reforçar o nosso sistema imunológico", afirma o nutricionista Leonardo Pozza, 23 anos.

O especialista salienta que muitas das doenças da contemporaneidade, como o diabetes tipo 2, algumas ocorrências autoimunes e também degenerativas, como o Alzheimer, podem ter o avanço retardado através da alimentação saudável e plena de substâncias funcionais. "A diabetes tipo 2 se instaura, principalmente, pelos maus hábitos alimentares. E nem é tão difícil assim buscar outras opções. Hoje, a alimentação pode estar 100% voltada para tornar o indivíduo mais saudável e proporcionar longevidade, o que está diretamente ligado à nossa saúde e à qualidade de vida", diz Pozza.

O caminho para seguir esta alimentação mais rica em nutrientes e "cheinha de saúde" é a volta às panelas, à boa e velha comida de verdade, feita em casa, valorizando os alimentos naturais ou minimamente processados. "Sempre, sempre, comida de verdade é a melhor opção. Se a gente comesse apenas aquilo que consegue fazer em casa estaria muito mais saudável. Essa ideia de que o alimento saudável é o produzido pela indústria, o suplemento, a comida congelada, que vem só para botar no micro-ondas, foi a maior mentira que nos venderam por muito tempo. Se a gente conseguir comer o que puder plantar ou criar, para quem consome proteína animal, melhor ainda."

No ranking dos cinco alimentos que não podem faltar no prato para garantir os benefícios extras de uma dieta com mais itens funcionais estão os ricos em proteínas, substâncias antioxidantes, vitamina C e ainda os tubérculos. "Não existe uma dieta única para todos, porque as pessoas têm restrições e alergias, mas entre os alimentos importantes, temos o ovo, que é muito fácil de consumir, em preparos variados, e a cúrcuma, usada livremente para temperar e que faz muito bem ao organismo. O limão também é muito funcional na cozinha e rico em vitamina C, e podemos acrescentar aí alguma raiz. Os carboidratos, além de trazerem uma memória afetiva, fazem muito bem. Pode ser macaxeira, batata-doce ou inhame", enumera.

E o leite? Esse herói, que mais parece ter virado o vilão das mesas, tem o seu papel no processo alimentar. "Leite e derivados, para quem não tem problema com lactose ou não é alérgico, são bons alimentos. Eles trazem boa distribuição de nutrientes e são fáceis de serem usados. Hoje temos muitas versões vegetais, para quem preferir ou não puder usar o leite animal."

É importante lembrar, no entanto, que, em se tratando de comida, prazer, alegria e aquele sentimento de conforto também contam muito. Então, nada de ficar com culpa ou estressado porque comeu isso ou aquilo, pois esse comportamento também traz problemas. "A gente viu nessa pandemia quanto o psicológico nos afeta, quanto os excessos tentaram compensar o isolamento social. O ideal é tratar a refeição com naturalidade, fazer boas escolhas, mas sem rigidez exagerada", alerta o especialista. Ou seja: busque ser saudável, mas também seja feliz. Bom apetite!

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