Após ser levado pelo pai e desaparecer na Argentina, Carlinhos volta ao Recife nesta terça
O menino de 13 anos, que foi levado para o país vizinho no final de 2015, chega ao Recife acompanhado da mãe na madrugada desta terça-feira (9)
O menino Carlos Attias Boudoux, 13 anos, que foi levado para a Argentina pelo pai, o argentino Carlos Attias, no final de 2015, e ficou desaparecido, voltará para casa na madrugada desta terça-feira (9). Carlinhos retornará ao Recife acompanhado da mãe, a fisioterapeuta Cláudia Boudoux, da irmã, e do secretário executivo da Secretaria de Justiça de Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco, Eduardo Figueiredo.
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Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, o voo está previsto para aterrissar no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul da capital pernambucana, às 2h20.
Entenda o caso
Carlinhos foi levado pelo pai para a Argentina no dia 25 de dezembro de 2015, quando tinha 8 anos, sem autorização da mãe. Ele deveria ter sido devolvido à mãe dois dias depois.
"Depois disso, nunca mais soube dele. Só fui descobrir que Carlos fugiu com meu filho no Carnaval, quando consegui uma ordem para entrar no apartamento dele", afirmou a mãe do garoto ao JC, na ocasião. No local, não havia vestígios nem do pai nem do garoto.
Durante a judicialização do processo sobre a guarda de Carlinhos, foi descoberto que seu pai havia contratado uma idosa de 80 anos para tomar conta temporariamente dele, em um local não divulgado. Carlos Boudoux foi preso no dia 15 de janeiro de 2020, mas Carlinhos permaneceu desaparecido. A idosa contratada por ele também foi presa. No dia 19 de janeiro de 2021, o menino se apresentou em uma delegacia argentina.
Em entrevista à Rádio Jornal, o pai de Carlinhos, em prisão domiciliar, defendeu sua inocência sobre a acusação de sequestrar o filho. De acordo com o homem, a última vez que teve notícias do garoto, antes dele se apresentar na delegacia, foi em fevereiro de 2019 quando, segundo ele, o menino fugiu de casa após descobrir que o pai não viajaria com ele para o Recife por conta de restrições tomadas pela própria mãe.
"Eu o garanti que o acompanharia para poder assegurar que ele pudesse se apresentar ao juiz pernambucano e dissesse qual era a vontade dele, no que diz respeito ao local de onde morar e as garantias de não voltar a sofrer maus tratos por parte da família materna. No entanto, isso não pôde ser possível, devido ao fato de que a mãe de Carlinhos não cumpriu com a obrigação dela de retirar as restrições contra mim, em função da alegada inadimplência com a pensão alimentícia. Comuniquei, então, ao juiz e ao meu filho que eu não estava em condições de viajar por causa dessas restrições e que Carlinhos deveria viajar sozinho. Foi assim que meu filho ficou revoltado e preferiu fugir de casa, antes que voltasse a ficar em perigo com a família materna", completou.