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Começa a contagem regressiva para o Carnaval 2022

Para os foliões, a Quarta-Feira de Cinzas é a data oficial de início da contagem regressiva para o próximo Carnaval

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Amanda Rainheri

Publicado em 16/02/2021 às 17:25 | Atualizado em 16/02/2021 às 18:19
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Para quem é apaixonado pelo Carnaval, a chegada da Quarta-Feira Ingrata traz um misto de emoções: tristeza pelo fim da folia de Momo e ansiedade para a festa do ano seguinte. A Quarta-feira de Cinzas é o dia oficial de iniciar a contagem regressiva para o próximo Carnaval e se a expectativa já é grande em tempos do "antigo normal", em meio à pandemia, com a suspensão da folia em 2021, ela se multiplicou. Em 2022, o Sábado de Zé Pereira acontece em 26 de fevereiro.

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Este seria o terceiro Carnaval do designer Lucas Oriel, de 34 anos, em terras pernambucanas. Ele, que é de Belo Horizonte, em Minas Gerais, descobriu a folia através dos amigos e conta que vive uma paixão arrebatadora. "Eu conhecia o Carnaval de BH e do Rio de Janeiro. Quando vim pela primeira vez, foi um arrebatamento. Não estava esperando por isso, não tive reação", lembra. Lucas veio a Pernambuco com um grupo que se hospeda tradicionalmente nas ladeiras de Olinda durante a festa. "Lembro que chegamos na sexta-feira à noite na casa e quando passou a primeira troça no sábado de manhã eu pensei: 'é isso'".

Receber a notícia de que a festa não aconteceria foi um momento triste. "Do meio para o fim do ano passado, aceitei que não iria rolar. Ainda assim, decidi vir a Pernambuco durante o Carnaval, para viver o luto aqui. Alguns amigos foram até Olinda nesses dias para ver e poder acreditar, mas eu não consegui", confessa. As memórias dos antigos Carnavais ajudaram a superar a falta da folia, mas a expectativa para o próximo ano é enorme. "É muita energia acumulada esperando pela festa. Eu digo sempre que são 5 dias que energizam os outros 360. Acredito que ano que vem será uma bomba, no bom sentido", brinca.  

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Lucas é de Belo Horizonte e se apaixonou pelo Carnaval pernambucano há três anos - Cortesia

O estudante de jornalismo Paulo Gomes, 22, que mora em Olinda, cresceu vendo os bonecos e a festa bem de pertinho. Folião de carteirinha, ele conta que aproveitou o Carnaval de 2020 como nunca. "Passeava por Olinda durante o dia e à noite aproveitava os shows do Recife Antigo", conta. Para ele, que vive próximo ao foco da festa, foi um ano triste. "Tive que aceitar que não teríamos esse momento que traz tantas pessoas novas ao nosso Estado e mostrava tanto da nossa cultura. Ficou uma lacuna em 2021", lamentou. 

A ansiedade para o próximo ano é grande. "Minha expectativa é enorme para o Carnaval de 2022. Que seja o melhor de todos os tempos, para alimentar as almas de todos que ficaram tristes neste ano, sem a festa. Espero muito mais alegria, festas, cultura e gente, para que a gente possa aglomerar o tanto que não pudemos neste tempo de quarentena. Que a vacina traga essa felicidade a todos que amam esse momento de folia."

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Paulo (esquerda) é morador de Olinda e folião desde criança - Cortesia

Tradição

Apesar de marcar a despedida do período momesco, a Quarta-Feira de Cinzas ainda é de festa para os foliões. Em Olinda, seria o 26º ano do tradicional Mungunzá de Zuza Miranda e Thaís. O bloco distribui centenas de litros de mungunzá antes da saída do Bacalhau do Batata. Em 2021, no entanto, a distribuição também acabou suspensa. "Eu até pensei em só distribuir o mungunzá, sem aquele auê todo que a gente faz sempre. Mas me questionei se levar comida iria causar aglomerações e optei por não fazer", explica Zuza Miranda. "O Mungunzá é minha paixão. Ano passado, nas nossas Bodas de Prata, fizemos uma festa muito bacana. É um sentimento de muita tristeza, mas a tristeza maior está nas vidas que se perderam", afirma. 

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