Entenda como será a compra de vacinas contra covid-19 pela Frente Nacional de Prefeitos
O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), que é um dos vice-presidentes da federação, explica que o consórcio não irá competir com as negociações do governo federal, mas será uma alternativa para aquisição das vacinas
O consórcio público para aquisição de vacinas contra a covid-19, encabeçado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), não tem a intenção de competir com o governo federal na disputa pelos imunizantes. O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), um dos vice-presidentes da FNP, afirmou em entrevista à Rádio Jornal, nesta terça-feira (2), que a ideia do consórcio é estabelecer uma alternativa para acelerar o cronograma de vacinação da população, evitando que municípios interrompam os seus cronogramas por falta de imunizantes.
Para aderir ao consórcio, as cidades devem se manifestar até esta sexta-feira (5), preenchendo um formulário disponibilizado no site da FPN - segundo dados da instituição, mais de 150 municípios já indicaram a intenção de participar. A partir deste primeiro passo, a Federação Nacional enviará um texto-base para que todos os gestores possam elaborar seus respectivos projetos e enviá-los à Câmara de Vereadores. A aprovação do projeto pelos parlamentares deverá ocorrer até o dia 19 de março.
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“É importante destacar que antes mesmo da constituição (do consórcio), diversos prefeitos que fazem parte da diretoria da FPN, estão em negociação e diálogo com os mais variados laboratórios. Porque a gente sabe qual o laboratório que tem as vacinas aprovadas, seja no Brasil, nos Estados Unidos, ou na União Europeia. E a gente quer agora garantir um lugar na fila de espera, porque se você conversar com qualquer laboratório, ninguém tem disponibilidade de fazer uma entrega imediata, mas o que a gente precisa vencer é o que mais rápido possível essas vacinas possam estar disponíveis”, declarou Miguel Coelho, um dos vice-presidentes da federação.
O prefeito de Petrolina, reforça que não existe uma competição com a União, porque uma das formas da vacina serem disponibilizadas é através do aporte de recursos do governo federal. “A iniciativa não visa concorrer ou disputar com a União, muito pelo contrário. Todas as vacinas que possamos conseguir através do consórcio, nós iremos primeiro disponibilizar para o Programa Nacional de Imunização do SUS. Ou seja, vamos oferecer primeiro para o governo federal para que ele possa distribuir de forma igualitária para todo o Brasil”, destacou Coelho.
Caso a compra das doses em consórcio não seja custeada pelo governo federal, cada município precisará arcar com o valor correspondente a intenção de doses que deseja adquirir, formalizada ao aderir à iniciativa. Em Petrolina, no Sertão do Estado, Miguel afirmou que deverá formalizar a intenção de comprar o quantitativo entre 100 mil a 150 mil doses da vacina contra a covid-19.
“Nesse momento de adesão, todos os municípios estão preenchendo o quantitativo de doses que querem adquirir, mas se o governo federal arcar com essa compra, esse número informado não valerá de nada, porque o critério de distribuição será da União. Então, poderemos ter uma distribuição igualitária para todos os municípios”, explicou o gestor.
Neste caso, se a União não entrar com o recurso, o número de doses será equivalente ao interesse manifestado e a disponibilidade financeira de cada município. Até o momento, há expectativa de que 100 milhões de doses possam ser negociadas. “Estamos conversando com os laboratórios que produzem a Sputnik V, a Pfizer, com o próprio instituto Butantan, a Astrazeneca de Oxford. Estamos ampliando todas as linhas de frente. O que vamos priorizar é comprar todos juntos, com preços mais acessíveis e prazos mais exequíveis para a entrega”, afirmou Miguel Coelho à Rádio Jornal.