Homem é morto dentro de vagão de trem do metrô do Recife
O homicídio foi praticado na frente de diversos passageiros, que gravaram o momento de desespero diante da investida criminosa
Com informações da TV Jornal
Um homem de 21 anos, identificado como Bruno Henrique dos Santos, foi morto dentro de um vagão do metrô do Recife, que fazia a Linha Sul, no início da tarde desta terça-feira (21). O homicídio foi praticado na frente de diversos passageiros, que gravaram o momento de desespero diante da investida criminosa. Informações foram confirmadas pela Polícia Militar de Pernambuco (PMPE).
De acordo com a corporação, a vítima estava dentro do vagão do metrô, que havia saído da Estação Recife com destino à Cajueiro Seco, quando o suspeito aplicou golpes de faca contra ela. O rapaz morto era um artista de rua, que realizava apresentações de dança dentro do meio de transporte. Já sobre o suspeito, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) acredita se tratar de um vendedor ambulante. Os dois homens teriam tido um desentendimento nessa segunda-feira (20) por causa de um celular. Nenhum deles teria passagem pela polícia.
"A vítima fazia trabalho de apresentação de arte no metrô, junto com colegas. Ele se envolveu em uma discussão ontem que está sendo apurada. É provável que o homicídio tenha ocorrido por causa dessa confusão. Estamos correndo atrás para saber qual a qualificação desse suspeito", declarou o delegado Victor Leite.
O assassinato teria ocorrido enquanto o trem estava em movimento, transitando da Estação Imbiribeira para a Estação Antônio Falcão. Após praticar o crime, o suspeito teria acionado o freio de emergência e forçado abertura das portas para fugir do local, entre duas estações. Segundo o delegado, esse fato indica que o crime teria sido premeditado. "Possivelmente, foi um homicídio calculado, premeditado, sem se importar com testemunhas oculares", avaliou.
Devido ao homicídio, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável por operar o metrô do Recife, informou que a Linha Sul passou a operar em via singela (quando somente uma via é utilizada pelos trens nos dois sentidos) nas imediações da Estação Antônio Falcão, que foi onde o trem parou para que os passageiros pudessem descer e uma perícia fosse feita. A estação ficou aberta apenas para desembarque dos usuários até que os peritos terminassem o trabalho.
O suspeito ainda não foi preso pela polícia. Como muitas pessoas presenciaram o crime, a polícia espera que elas possam contribuir para identificação do criminoso, que pode ser feita de forma sigilosa. "Se alguém souber informações, como nome ou apelido, do homem que praticou o ato, pode entrar em contato com o disque denúncia (181) ou procurar a delegacia mais próxima. O sigilo é garantido", finalizou o delegado.
Mãe lamenta morte do jovem
A mãe de Bruno Henrique, Lucicleide Viana, contou que o filho era uma boa pessoa e não tinha desentendimento com ninguém. "Bruno era um amor de pessoa, carinhoso, me dava tanto cheiro... Só queria dançar, somente. Ele ia todos os dias para o metrô trabalhar, para ganhar o pão de cada dia e pagar o aluguel. Tinha uma vida social como qualquer pessoa. Ele nunca falou sobre alguém o ameaçar", relatou a mãe, em entrevista à TV Jornal, na saída do Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro.
Apesar de Bruno nunca ter relatado ameaças, Lucicleide conta que sempre aconselhava o filho a trabalhar em outro local. "Eu me procurava muito, todo o tempo. Eu pedia para ele sair de lá e ele dizia que era uma arte, que gostava de fazer aquilo", relata a mãe, visivelmente emocionada. Ela ainda descreve como foi a última vez que esteve com o filho: "Como mãe, a gente sente que isso vai acontecer. A última vez que o vi, ele me disse: 'ore por mim'", relatou a mãe.
Mesmo diante da dor pela morte do filho, a mãe afirmou que perdoa o suspeito. "Não vai adiantar pedir justiça, porque a justiça de Deus não falha, mas as dos homens, sim. Eu perdoo quem fez isso com ele Eu perdoo você, viu, meu filho? Que Deus salve você também", afirmou.
Insegurança no metrô
A dona de casa Sara Lima afirmou já ter presenciado outro assassinato no metrô do Recife. "Os ambulantes estavam brigando um com o outro. Um pegou uma faca e outro sacou uma arma e aconteceu a tragédia", relatou.
Ela reclama da insegurança no meio de transporte e também relata que já foi vítima de um assalto. "O assaltante falou que não estava brincando, falou para todo mundo colocar o celular em na mochila. O celular e a bolsa. Eu fique muito nervosa, senti como ele estivesse atirando em mim, quando ele botou a pistola em cima do meu ombro", relembrou Sara.
"Infelizmente, a gente tem que andar de metrô. Eu ando morrendo de medo. Tanto de ônibus quanto de metrô. Me sinto super insegura", afirmou a dona de casa.