Menina atingida por muro do Metrô do Recife em outubro volta ao Hospital da Restauração
A menina de 8 anos havia passado por cirurgia na região da bacia, onde teve mais traumas, e permaneceu internada na unidade de saúde até o dia 5 de dezembro, quando recebeu alta
A pequena Kemilly Kethelyn Lino, 8 anos, atingida por parte do muro do Metrô do Recife voltou ao Hospital da Restauração (HR), nessa quarta-feira (15). A criança estava em uma festa infantil, no dia 16 de outubro, que acontecia na comunidade do Coque, na Ilha de Joana Bezerra, área central do Recife, quando foi atingida pelo concreto.
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Segundo a assessoria do HR, unidade na qual a garota ficou internada por quase dois meses, médicos ortopedistas detectaram uma subluxação no quadril e uma lesão no fêmur. A garota havia passado por cirurgia na região da bacia, onde teve mais traumas, e permaneceu internada na unidade de saúde até o dia 5 de dezembro, quando recebeu alta.
Ainda de acordo com o hospital, a volta de Kemilly Kethelyn era prevista para a continuação do tratamento, mas diante das questões encontradas ela segue em observação na enfermaria pediátrica da unidade. A mãe da menina disse há possibilidade de Kemilly passar por uma nova cirurgia, mas que a equipe aguarda os resultados de exames.
Criança é atingida por muro
No dia 16 de outubro, a menina de 8 e outras crianças participavam de uma festa em comemoração ao Dia das Crianças, na Avenida Central. No entanto, o que era alegria acabou em desespero às 13h, quando uma das placas do muro do Metrô do Recife caiu e atingiu a vítima.
Jonata Santos, que coordena o projeto Mão Amiga, responsável pelo evento, informou que havia cerca de 150 crianças no local, além de 20 voluntários e familiares da garotada. "Foi muito sério o que aconteceu e poderia ter atingido mais crianças. Uma placa dessa deve pesar mais de 200 quilos. Ela teve hemorragias na boca, no nariz e na vagina porque houve rompimento da bacia", contou Jonata. "O estado dela é grave", destacou, na ocasião.
A menina foi inicialmente levada ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), onde recebeu os primeiros atendimentos, e depois foi transferida para o HR.
Ao JC, Kemilly contou o que se lembra do momento em que foi atingida. “Eu lembro que estava chuviscando e, por isso, todo mundo foi para perto do muro. De repente, todo mundo correu. Quando eu fui correr, ela caiu em mim. Depois não lembro de mais nada”, contou. Kemilly, segundo o HR, sofreu politraumatismo. Teve fraturas no crânio, na coluna, nos pés e na pelve, onde foi feita uma cirurgia. Ficou oito dias na UTI.
Depois de quase dois meses internada, a volta para casa foi vista pela família da pequena como um milagre. “Eu estava com saudade da rua. Quero muito brincar. Quero muito andar de bicicleta, que um tio prometeu me dar. Eu sei que ainda não posso, mas quando puder, vou brincar muito. Enquanto isso, vou brincar de boneca”, disse a garota, recebida com muita festa e esperança pela família, amigos e vizinhos do Coque.